Quinta-feira, 24 de abril de 2014 - 12h04
Porto Velho, RO - A sessão popular realizada na tarde de ontem, quarta-feira 23, na quadra de esportes da Escola Getúlio Vargas, no bairro Areal, não chamou muito a atenção do público, nem de autoridades que foram convidados para o debate, mas se notabilizou pelas inúmeras denúncias feitas por liderança e segmentos diretamente envolvidos nas discussões do pós-enchente.
Humilhações, descaso, enrolação, mentiras e verdades. As poucas lideranças que foram à sessão relataram um pouco de cada coisa e dá uma pequena mostra de como o Governo Municipal, Estadual e Federal vem tratando a questão de assistência aos ribeirinhos atingidos pela enchente histórica ocorrido no centenário de Porto Velho.
O professor Jonir Tavares, morador de São Carlos, disse que dezenas de famílias já estão retornando para casa porque o Governo não define ainda um cronograma de reconstrução da Nova São Carlos. Segundo ele, São Carlos foi, infelizmente, sepultada pela lama do rio, mas muita gente ainda insiste em voltar porque não tem para onde ir.
“Alguns moradores já voltaram e estão retirando o barro de suas casas com as mãos, num ato de desespero. A gente não recebe respostas concretas sobre indenização ou reconstrução da cidade. A única coisa que recebemos foi um kit limpeza da Prefeitura – uma pá, um balde, um rodo e uma vassoura para ajudar na limpeza”, disse indignado.
Outra moradora antiga de São Carlos, Nágila Maria, disse que o Município é quem está incentivando a volta dos moradores através da doação desses kits, piorando a situação. Segundo ela, várias pessoas que retornaram para suas casas foram internadas com leptospirose em Porto Velho. Ela relatou ainda que desabrigados do distrito são constantemente humilhados nos abrigos por causa de cestas-básicas e o Governo Federal ainda não pagou o Seguro-Defeso dos pescadores.
Em tom de indignação, o pastor e líder comunitário no bairro Triângulo, Rosan Rodrigues, disse que não tem dúvida quanto à culpa da Usina Santo Antônio na cheia e se disse envergonhado pela ausência de autoridades no debate. Segundo ele, as cestas básicas não estão chegando aos moradores do Triângulo e a liberação do FGTS é mais um engodo do Governo Federal. Ele chegou a comentar ainda uma possível invasão das lideranças aos órgãos públicos e à Santo Antônio.
“As lideranças estão todas unidas daqui até Calama. Uma hora dessas, algo vai acontecer. Estamos cansados de tanta enganação. A Prefeitura pode ser uma das primeiras a ser invadida, em pleno horário de expediente, e depois a usina. De lá não sairemos até que todas as nossas reivindicações sejam atendidas”, disse Rosan Rodrigues.
MAB
Quem também falou em nome das comunidades foi o representante do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), João Dutra, que chegou a classificar de “criminosa” a atuação da Usina Santo Antônio nos impactos que a comunidade ribeirinha vem sofrendo desde o início da construção do empreendimento. Para ele, a usina ganhou muito dinheiro com o represamento do rio Madeira no período de estiagem.
Em suas declarações ele sustentou a tese de que a Usina Santo Antônio manteve o represamento do reservatório e vendeu muita energia no Mercado Livre de Energia para o Sudeste do País, a preços bem acima dos praticados em mercado. João Dutra disse ainda que o MAB chegou a apresentar uma lista de prédios do Governo Federal ao Governo de Rondônia que estão em desuso e que poderiam ser utilizados pelos desabrigados, mas as autoridades rondonienses nada fizeram.
“O MAB está em Rondônia há mais de 30 anos, desde a época da Construção da Usina de Samuel. Desde lá vem testemunhando essa verdadeira ditadura do lucro e de hidrelétricas imposta pelo Governo Federal, através de empresas que só querem lucrar como a Odebrecht”, finalizou ele, ao comentar que nesta quinta-feira, o movimento irá publicar em nível nacional uma Carta sobre a questão do Pós-Enchente em Rondônia.
VEREADORES
O vereador Aélcio da TV (PP) disse em um curto pronunciamento que não tem esperança alguma de que a Prefeitura irá fazer alguma coisa pelos ribeirinhos até porque o Município sequer enviou um representante da Secretaria de Planejamento para discutir ações de reconstrução na cidade e nos distritos. “Falta Planejamento.
Infelizmente, não vejo uma solução para essas pessoas com essa Prefeitura que nós temos”, disse Aélcio ao comentar que desde o mês de outubro, ele, como vereador, não consegue falar com Mauro Nazif (PSB).
O Vereador Everaldo Fogaça (PTB) disse que a hora não é de críticas e oposições à Prefeitura e sim de união e disse que a atuação do Município não é tão catastrófica como querem pintar alguns colegas de Parlamento.
“Alguns vieram aqui para dizer que são discriminados pela Prefeitura ou para fazer oposição. Temos que focar nossas atenções agora é em soluções e deixar o discurso partidário de lado. A Câmara vai se posicionar sobre a situação junto à Prefeitura e cobrar uma solução para essa situação”, ressaltou.
Fonte: Marcos Santana
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