Sexta-feira, 22 de agosto de 2025 - 16h20
Rondônia registrou de janeiro a julho de 2025, 17 casos de feminicídios.
Essa informação é do Observatório de Segurança Pública, do Governo do
Estado. Esse número poderia ser bem maior, se não houvessem as Patrulhas
Maria da Penha nos municípios rondonienses. A ações delas evitaram que
vários crimes contra às mulheres se concretizassem, ocasionando ainda
mais tragédias.
Essas patrulhas existem hoje em Rondônia, graças a sensibilidade do
ex-deputado estadual Airton Gurgacz, que exerceu o mandato entre 2015 e
2019, na Assembleia Legislativa de Rondônia. Na época, ele presidiu a
Comissão da Criança, do Adolescente, da Mulher e do Idoso, momento em
que conheceu melhor a questão da violência doméstica em nosso Estado.
O ex-deputado Airton Gurgacz foi o autor do projeto que criou da Lei Patrulha Maria da Penha (Foto: Arquivo Pessoal)
“Quando presidente da comissão, eu participava de vários eventos sobre
esse tema, até que o juiz Edewaldo Fantini Júnior, de Ji-Paraná, me
falou sobre e me deu toda a estrutura para construirmos esse projeto da
Patrulha Maria da Penha, que enviamos para a Assembleia Legislativa,
onde não tivemos dificuldades. O texto foi aprovado pelos parlamentares.
Aí, foi para a sanção do ex-governador Confúcio Moura, que também foi
sensível a essa questão e sancionou a lei”, contou.
O ex-deputado explicou que após a aprovação por parte do governador, a
patrulha começou por Ji-Paraná, onde foi colocado um carro para a
Polícia Militar, que indicou uma policial. Ele disse que o próprio juiz
colocou uma psicóloga e mais duas pessoas para acompanhar os casos.
Patrulha Maria da Penha (Foto: Policia Militar)
“Me falou que na frente do juiz o casal depois da briga, conversa e se
ajeita, mas chegam em casa a violência recomeça de novo. Então, ele
disse que a patrulha era para ter um apoio de poder ir na casa deles,
falar com os vizinhos para saber como o casal está vivendo; saber da
nota das crianças na escola, se tomaram as vacinas. Então, foi isso que
nos levou a criar essa maravilhosa Patrulha Maria da Penha. Eu fico
feliz em ter sido o autor, mas devo dizer também, que foi com muita
gente me ajudando como Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia
Militar entre outras pessoas”, creditou.
Alta Relevância
Para a advogada Rosimar Francelino, representante da Rede Lilás, a
Patrulha Maria da Penha desempenha um papel importante na prevenção da
violência contra a mulher. Ela enfatizou que a patrulha é uma forma de o
Poder Judiciário acompanhar o relacionamento do casal.
“É uma lei de alta relevância, que vem beneficiar as mulheres em
situação de alta violência. Ela vem fiscalizar a decisão de proteção
dada pelo juiz, para saber se a mulher precisa da manutenção daquela
medida, se o agressor está à espreita. Se há descumprimento das
medidas”, disse.
Para
a advogada Rosimar Francelino a Patrulha Maria da Penha é boa mas
necessita de mais apoios como viaturas e servidores (Foto: Arquivo
Pessoal)
Por outro lado, Rosimar alertou para a necessidade de investimentos para
que a Patrulha Maria da Penha desenvolva o papel dela de forma eficaz.
Ela observou que uma das dificuldades é com relação ao efetivo de
pessoal, pois, no momento existem mais de duas mil medidas protetivas
represadas no Estado. “Na verdade, precisamos de um batalhão”, falou.
Rosimar elogiou a lei, porém, observou que pode ser melhorada. Ela
sugeriu, por exemplo, que fosse ampliada a competência da Lei Maria da
Penha, deixando de ser apenas fiscalizadora das medidas do juiz e fazer
um atendimento mais amplo.
“Não deixar de fazer a fiscalização, mas se especializar em prestar o
primeiro atendimento também. Seria especialista em atender mulheres em
situação de violência e também os agressores. Então, acredito que essa
ampliação é urgente para termos um enfrentamento melhor”, propôs.
Situações Complexas
A psicóloga e ativista em defesa dos direitos das mulheres, Anne
Cleyanne, acredita que a Lei da Patrulha Maria da Penha, instituída em
Rondônia pela Assembleia Legislativa, representa um avanço na luta
contra a violência doméstica.
“Rondônia tem números muito expressivos de violência contra a mulher, e
os policiais que são designados para atuarem na Patrulha Maria da Penha
recebem um curso sobre questões familiares. Isso é muito importante,
pois, muitas mulheres que sofreram feminicídios foi devido ao não
cumprimento das medidas cautelares pelos agressores, e com a viatura
Maria da Penha é possível que essas mulheres recebam apoio de
policiamento. Caso algo ocorra, basta ligar o 190”, elogiou.
A
psicóloga Anne Clayanne avalia que a Lei Patrulha Maria da Penha é um
apoio para as mulheres vítimas de violência (Foto: Arquivo Pessoal)
Apesar de ver pontos positivos na Patrulha Maria da Penha, Anne alerta
que são necessários mais investimentos. Para ela, é preciso a ampliação
do número de policiais, mais viaturas e orçamento.
“Mas a iniciativa da lei já faz uma diferença muito grande na vida das
mulheres, que podem contar com esse policiamento ostensivo para lidar
com essas situações tão complexas que é precisar se desfazer e sair da
família devido à violência doméstica”, finalizou.
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