Sexta-feira, 23 de novembro de 2018 - 09h56
O vice-presidente eleito Hamilton Mourão vai se apresentando
surpreendentemente como uma voz ponderada em meio às tensões que têm caracterizado
a formação do novo governo. Ele tem protagonizado diversas conversas de
bastidores no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde se dá a transição de
governo. Investido dessa dicção apaziguadora, Mourão crava sua divergência com
Bolsonaro de maneira sistemática e, dentre diversas outras questões, defende
boas relações com Venezuela, China e Mercosul.
Em entrevista à jornalista
Mônica Bergamo do jornal
Folha de S. Paulo, Mourão comenta o alinhamento automático com os
americanos: "a posição brasileira tem sido sempre marcada por um certo
pragmatismo. A gente tem que buscar nossos objetivos e os países que fortaleçam
a conquista desses objetivos. A posição dos EUA é inquestionável. É a
potência hegemônica, que tem capacidade de travar guerra em dois locais
diferentes ao mesmo tempo e grande projeção tecnológica. É um mercado a ser
explorado e uma parceria estratégica.
Mourão, no entanto, destaca a importância da China: "mas não
podemos descuidar dos outros grandes atores da arena internacional. Não podemos
nos descuidar do relacionamento com a China".
E minimiza as críticas de Bolsonaro ao gigante asiático, com
surpreendente independência política: "aquilo [a declaração] é mais uma
retórica de campanha, né? Com as redes sociais, muita coisa flui e não é a
realidade. E as pessoas compram aquilo como se fosse verdade absoluta."
Mourão praticamente dá o tom do novo governo: "o governo
precisará ter uma posição equidistante. É óbvio que com os EUA, vamos colocar
assim, tanto o presidente Bolsonaro quanto o presidente [Donald] Trump têm uma
forma peculiar de lidar com o mundo exterior. Eles são meio parecidos nisso aí. Mas
Trump comanda a maior economia do mundo e pode comprar certas brigas. Eu acho
que o presidente Bolsonaro não vai poder. Exatamente. Nós podemos comprar as
brigas que podemos vencer. As que a gente não pode, não é o caso de comprar."
Mourão ainda fala sobre a mudança da embaixada em Israel: "é
óbvio que a questão terá que ser bem pensada. É uma decisão que não pode ser
tomada de afogadilho, de orelhada".
Aquecimento global: "não resta dúvida de que existe um
aquecimento global. Não acho que seja uma trama marxista".
E Mercosul: "então, antes de pensarmos em extinguir,
derrubar, boicotar, temos que fazer os esforços ainda necessários para que
atinja os seus objetivos. Tem que haver uma conversa maior com os nossos
vizinhos. Principalmente com a Argentina."
Decisão do TJRO pode recolocar Cassol no cenário político e possibilitar sua candidatura ao governo
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