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Frente Parlamentar ouve demandas de comerciantes e empresários atingidos pelas alagações



Para discutir os prejuízos dos comerciantes, empresários e artesãos que estão sendo prejudicados com as cheias do rio Madeira, em Porto Velho, a Frente Parlamentar criada na Assembleia Legislativa para acompanhar as ações de apoio aos desabrigados, se reuniu na manhã desta terça-feira (01) com representantes do segmento.

Com a presença dos deputados estaduais Ribamar Araújo (PT), Edvaldo Soares (PMDB) e Maurão de Carvalho (PP), a reunião tratou dos prejuízos dos comerciantes atingidos e as alternativa para superar o momento difícil. Com problemas de saúde, a deputada estadual Epifânia Barbosa (PT) não pode comparecer, mas sua assessoria foi a responsável direta pela organização do encontro.Frente Parlamentar ouve demandas de comerciantes e empresários atingidos pelas alagações - Gente de Opinião

Ribamar Araújo declarou que “não havíamos ouvido ainda esse segmento do comércio e da indústria, além de prestadores de serviços, que foram atingidos direta ou indiretamente, pelas cheias do rio Madeira”.

Já Edvaldo Soares (PMDB) destacou que a Frente está dando voz para que os atingidos possam manifestar as suas necessidades. “O momento é de somar forças e de estender as mãos aos que estão sofrendo os efeitos das enchentes”, afirmou.

“Estamos aqui hoje mais para ouvir o relato dos empresários e comerciantes que estão no prejuízo. Queremos contribuir com sugestões para que a prefeitura e Governo possam destinar recursos ao setor empresarial e de comércio”, disse Maurão.

O presidente do Shopping Popular Rio Madeira, Erasmo Lopes da Silva, representando 291 permissionários que estão com seus produtos sendo vendidos nas praças, falou que alguns estão passando necessidades. “Como podemos concorrer com o comércio da avenida Sete de Setembro? Nosso prejuízo já passa de mais dois milhões de reais. Também precisamos ser beneficiados. Quando a cheia passar, vai ter uma reforma ou vão fazer outro shopping?”, questionou, sugerindo que a Assembleia Legislativa elabore um projeto de lei de financiamento de longo prazo para que os pequenos lojistas possam se reerguer.

O administrador do distrito de Nazaré, Pedro Bastos informou que 18 comerciantes perderam tudo. “Será que serão beneficiados como Porto Velho? Precisamos do apoio de todos os deputados da Assembleia. Os agricultores do Baixo Madeira estão desesperados porque perderam toda sua produção e já estão preocupados com a próxima cheia”, salientou.

A comerciante Marinalva da Costa fez um desabafo. “Temos muitas dúvidas. A primeira é como vamos recuperar as nossas perdas? E temos ainda a incerteza de quanto tempo vamos ficar esperando, improvisados, sem rumo. Estamos no limite e precisamos de alguma coisa mais concreta”.

A representante dos artesãos que comercializam na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Marlene Rodrigues, disse que “estamos trabalhando no estacionamento da Secel e não estamos vendendo nada e a coisa está feia. Todos precisam de ajuda e o poder público tem que nos socorrer.
Ao fazer uso da palavra, o comerciante Carlos Alberto da Silva sugeriu que seja construído um espaço definitivo, onde comerciantes da Euclides da Cunha possam ser colocados.

Francisco Leilson, o Chicão, disse que “a situação é grave e real. Estamos num momento de guerra e tem que ser encarado desta forma, com muita determinação e empenho de todos”.

O deputado Edvaldo cobrou que é preciso buscar, de imediato, os meios para a reconstrução das áreas atingidas. “Não pode mais apenas reuniões, temos que reunir os técnicos e traçar um planejamento para dar uma resposta a quem está sofrendo”, observou.

Maurão de Carvalho garantiu que o Governo encaminhando projetos para o socorro aos desabrigados, será apreciado com celeridade pela Assembleia. “A Casa está aberta para receber as demandas, mas também para contribuir aprovando leis e destinando recursos de seu orçamento próprio, cerca de R$ 1 milhão, para ajudar na reconstrução das áreas atingidas”, destacou.

Ribamar Araújo achou interessante a proposta de financiar a reconstrução dos pequenos negócios e apoio aos pequenos produtores atingidos e alertou para que as autoridades tenham cautela nas declarações, para não criar falsas expectativas e nem gerar mal estar entre os desabrigados.

O gerente do Sebrae, Desóstenes Marcos do Nascimento disse que não existem paliativos em relação ao alimento para sobrevivência. “Quando se fala em comerciante e produtor rural, é preciso haver um reforço para reconstrução a partir de seu trabalho para retomada de crédito. O produtor rural e os comerciantes não estão atrás de esmolas, são empreendedores. Estamos aguardando com ansiedade que sejam encaminhadas propostas ao Sebrae para que possamos ajudar no que concerne ao apoio ao plano de negócio, de crédito, de forma sustentável. Nos colocamos à disposição em ajudar, porque o financiamento é muito bom quando aplicado da forma certa, quando bem orientado. O Sebrae trabalha com gestão e orientação”, afirmou.

O coordenador de Indústria e Comércio, Márcio Martins, representando a Seagri, disse que também é um dos atingidos porque seu comércio está com as portas fechadas em Porto Velho por falta de acesso. Informou que o secretário Evandro Padovani esteve reunido com o ministro da Agricultura para resolver situações em relação ao crédito, para pequenos e médios agricultores que foram atingidos. “Ficou definida a suspensão de cobrança de parcela de financiamento por 90 dias e há um estudo de anistia aos atingidos através dos bancos oficiais. Na questão das sementes, o Estado tem destinado através de Fundos, recursos para o Banco do Povo para financiamentos com juros de 1% ao mês e ainda estamos estudando mecanismos para zerar a questão dos juros desses financiamentos”, ressaltou.

O economista Sílvio Persivo, representando a Fecomércio, disse que lhe foi pedido para fazer uma análise dos prejuízos decorrentes das cheias. “Não tem como ter uma ação rápida, já que para se conseguir crédito, precisa de projeto. Além dos prejuízos diretos, ainda existem os indiretos. Estamos deixando de vender para o Acre o que vendíamos antes por causa da falta de acesso. Tudo tem que ser pensado. O presidente da Fecomércio convocou inclusive pessoas de fora, para fazer um levantamento para elaboração de um documento amplo tentando levantar o prejuízo econômico e as medidas que precisarão ser feitas de forma efetiva”, afirmou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Sócioeconômico e Turismo, Antônio Geraldo Afonso, representando o prefeito Mauro Nazif, disse que a Prefeitura está preocupada e toda segunda e quinta-feira, às 15 horas, está sendo realizada uma reunião na Semas, onde está sendo feito um levantamento tanto dos prejuízos da área pública, como da área privada em parceria com diversos segmentos. “É um trabalho demorado, mas estamos trabalhando na questão da reconstrução”, afirmou.

O representante da Federação Estadual da Micro e Pequena Indústria, Paulo Haddad, falou que as comunidades atingidas precisam com urgência de um levantamento. “O comércio e serviços precisam ser mapeados para que sejam analisadas as necessidades dessas populações, para que possam ter apoio técnico. Houve perda de equipamentos com enormes prejuízos”, destacou. Sugeriu, que numa ação imediata com relação à área urbana, que pelo menos seja feita a coleta do lixo que está boiando. “Está uma vergonha. Isso precisa ser rápido. Não temos como resolver o problema das fossas, mas podemos resolver o problema do lixo sólido”, reforçou.

Fonte: Liliane Oliveira, Eranildo Luna e Maique Pinto

 

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