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Ferrovia da Soja é indispensável para Rondônia e também para o país



O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio/RO), Raniery Araujo Coelho, comemorou o fato da Estrada de Ferro Transcontinental Brasil-Peru estar sendo incluída como uma das prioridades do País na nova fase do Programa de Investimento em Logística (PIL), que vai privatizar aeroportos, rodovias, ferrovias e portos, de um total de R$ 69,2 bilhões em investimentos. Mas apesar do entusiasmo, Raniery Coelho insiste, numa visão de curto e médio prazo, que é indispensável se dar prioridade ao trecho entre Sapezal (MT)/Porto Velho, conforme já definido pelo Ministério dos Transportes e objeto de um chamamento efetuado no ano passado.

Para o presidente do Sistema Fecomércio/RO (Sesc-Senac-IFPE) a construção desse trecho é importante porque “se reduz significativamente os custos do escoamento da soja e desafoga a BR-364”. Ele lembra que a priorização da Transcontinental, que hoje é objeto de discussão com o governo da China, provém de um movimento liderado pela Fecomércio Rondônia depois de um encontro em Ariquemes na Associação Comercial e Industrial (ACIA), quando o senador Valdir Raupp e a deputada federal Marinha Raupp estiveram discutindo com os empresários os eixos de desenvolvimento e os problemas de infraestrutura do Estado. Na ocasião concluíram sobre a necessidade urgente da ferrovia Porto Velho/Vilhena tendo em vista a enorme circulação de bitrens escoando soja que destroem o asfalto, desperdiçam grãos e causam engarrafamentos e acidentes, encarecendo o transporte de mercadorias.

FECOMÉRCIO INICIA DISCUSSÕES SOBRE O PROJETO

Raniery Coelho relembra que a prioridade da ferrovia se fortaleceu ainda mais quando no “XIX Fórum da Amazônia Legal”, um evento realizado pela Fecomércio/RO em abril de 2013, todas as Federações da Amazônia decidiram apoiar a idéia da ferrovia e da conclusão da BR-319 junto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). No final de maio daquele mesmo ano, o presidente Raniery  Coelho, com  o apoio do então vice-presidente da CNC, José Roberto Tadros, esteve em Brasília numa reunião com os senadores Valdir Raupp, Jorge Viana e Romero Jucá quando estes, em conjunto com a deputada Marinha Raupp, deliberaram sobre  realizar um evento para discutir a questão.

Ocorreu então o “Seminário sobre Logística de Transportes do Estado de Rondônia integrando o desenvolvimento da Região Norte”, realizado em 04 de outubro de 2013, onde se discutiu as alternativas para uma maior integração de Rondônia ao espaço regional, incluindo os países vizinhos e teve como maior preocupação inverter o percurso da Transcontinental - EF 354-Brasil Peru-Atlântico Pacífico e dar prioridade à Ferrovia Porto Velho/Vilhena, por já existir um escoamento de soja, via Hidrovia do Madeira, de 3,5 milhões de toneladas anuais, e da necessidade de desafogar a BR-364 considerando que o Grupo Amaggi está implantando um terminal graneleiro com capacidade de exportar mais 5 milhões de toneladas em Porto Chuelo.

De acordo com o presidente Raniery Coelho “esta ferrovia vai criar uma grande e nova frente econômica para as relações comerciais entre o Acre, Rondônia e Mato Grosso e facilitar o escoamento de grãos e mercadorias”. “Neste ponto a história parece se repetir: em Rondônia é novamente uma ferrovia que aponta para o futuro e faz de seus trilhos uma porta para o amanhã”, disse, fazendo alusão à estrada de Ferro Madeira-Mamoré, onde se deu início ao Estado de Rondônia  

ESTRADA DE FERRO TRANSCONTINENTAL

A Estrada de Ferro Transcontinental Brasil-Peru (Atlântico-Pacífico-EF354) é um projeto audacioso para ligar o Atlântico ao Pacífico, um megaprojeto para transportar produtos, principalmente, fosfato do porto de Bayóvar, no norte do departamento peruano de Piura, para o Brasil, possibilitando ao mesmo tempo a exportação de soja brasileira para o mercado asiático por meio dos portos peruanos.  Trata-se de um empreendimento pioneiro em matéria de construção de ferrovias na América Latina dada sua complexidade, e cujo investimento inicial foi orçado em US$ 10 bilhões, sendo que para sua construção estimava-se, inicialmente, que deveria levar nove anos e ter um tamanho total de 4.544 km de extensão, mas, só os estudos para construção da Ferrovia da Integração, que englobavam também o levantamento aerofotométrico e o projeto de engenharia, levaram para ser concluídos cerca de dois anos.

Porém, com este tempo, até mesmo os custos foram subestimados, principalmente, porque o projeto, dada sua magnitude, passou a ser executado por meio de trechos. Assim, hoje se cuida da 2ª etapa da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, entre São Lucas do Rio Verde/MT até Vilhena/RO, que, com seus 598 quilômetros, se estima envolver um investimento de R$ 6,4 bilhões.  A Ferrovia de Integração do Centro-Oeste-FICO, porém, é apenas um trecho da denominada Estrada de Ferro Transcontinental Brasil. O trecho em construção na primeira etapa saiu de Campinorte/GO, cruza o estado de Mato Grosso no sentido leste/oeste para chegar até Lucas do Rio Verde. Entre Campinorte/GO e Lucas do Rio Verde/MT a ferrovia terá a extensão de 1.040 quilômetros. Para sua conclusão era previsto um investimento de R$ 4,1 bilhões. Já para o trecho entre Lucas do Rio Verde/MT e Vilhena/RO (com 598 quilômetros), a ser construído na segunda etapa, deve ser investido um total de R$ 2,3 bilhões.

Fonte: Ascom /  Fecomércio

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