EXCESSO DE CONSUMO - Nem mesmo as incertezas de um possível aumento das taxas de juros refreou o consumo da capital redundando num maior endividamento das famílias.
A Pesquisa feita em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO sobre a inadimplência do consumidor de Porto Velho (PEIC) relativa a abril de 2010 demonstra um significativo crescimento do endividamento e da inadimplência das famílias da capital em relação ao mês de março.As dívidas e contas em atraso tiveram um pequeno aumento de 29% para 39%. As famílias que dizem não ter condições de pagar suas contas cresceram de 1% em março para 5% em abril. O endividamento das famílias cresceu de 58% para 68%.
Síntese dos Resultados-Abril 2010
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Total de Endividados
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68%
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Dívidas ou Contas em Atrasos
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39%
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Não Terão Condições de Pagar
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5%
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Fonte: Pesquisa Direta CNC/Fecomércio/RO |
Em abril o percentual de famílias que se consideram muito endividadas foi de 14,0%, das que se consideram mais ou menos endividadas foi de 24,2% e das pouco endividadas 29,5% enquanto 27,7% não tem dívidas, 1,3% não sabe e 3,3% não respondeu. As famílias com renda familiar mensal até 10 salários mínimos com um crescimento de 56% delas para 67% endividadas foram responsáveis pelo crescimento do endividamento enquanto as de renda acima de 10 SM mantiveram seu nível de endividamento em 72% das famílias. Houve um crescimento das contas em atraso de 29%, em março, para 39% em abril marcado, principalmente, pelo aumento explosivo no atraso das contas de famílias de renda acima de 10 salários mínimos cujos atrasos cresceram de 13% para 38% já com as famílias de renda inferior a este patamar o aumento foi apenas de 30% para 39%. O tempo médio de atraso de quem possui contas ou dívidas pendentes, porém, caiu de 63,9 dias em março para 60,8% Entre as famílias em atraso predomina, com 48,6%, as que tem contas atrasadas com mais de 90 dias. Até 30 dias são 30,7% das famílias e entre 30 e 90 dias o percentual verificado, em abril, foi de 17,9%. A parcela da renda comprometida com dívidas apresentou crescimento, passando de 23,6% em março para 33,7%. O nível de renda das famílias com comprometimento de mais de 50% da renda é de 35,2% e 42,9% tem um comprometimento entre 11 e 50% da renda.
Nível de endividamento- Porto Velho- Abril de 2010
(Cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimos pessoal, prestações de carro e seguros)
Categoria
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Total
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Renda Familiar Mensal
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Até 10 SM
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+ de 10 SM
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Muito Endividado
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14,0 %
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13,8%
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17,2%
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Mais ou Menos Endividado
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24,2%
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24,7%
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17,2%
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Pouco Endividado
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29,5%
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28,9%
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37,9%
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Não Tem Dívidas Desse Tipo
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27,7%
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28,0%
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24,1%
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Não sabe
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1,3%
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1,4%
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0,0%
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Não Respondeu
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3,3%
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3,3%
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3,4%
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Fonte: Pesquisa Direta CNC/Fecomércio/RO
Entre os principais tipos de dívidas a predominância é dos cartões de crédito com 64,2% seguido imediatamente pelos carnês que também representam 51,9% das dívidas. Em seguida aparecem como principais tipo de dívida o cheque especial com 17,7%, o financiamento de carro, com 14,8, e o crédito pessoal 13,2%.
Apesar das pressões inflacionárias e da possível elevação dos juros o que se observou foi que, por causa das perspectivas otimistas regionais para os próximos meses houve uma aceleração do consumo que levou a um aumento do endividamento mesmo com a perspectiva de um aperto da política monetária do Banco Central que sempre quando há alguma ameaça de inflação tende a elevar as taxas de juros. É provável que, por tal razão, a intenção de consumo tenda a baixar, em especial para as classes C e D, que não devem sustentar o nível de consumo atual dado ao sensível aumento do nível de endividamento e inadimplência.
Sobre a PEIC de Porto Velho
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é uma pesquisa nacional apurada mensalmente pela CNC a partir de dezembro de 2009. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados federais e no distrito federal junto a 17.800 consumidores. Em relação à Porto Velho são coletados dados de 500 consumidores segmentados por zonas da cidade e por renda todos com idade superior a 18 anos. Para fixar o tamanho da amostra admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir do valor populacional desconhecido p por, no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto d (erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída de consumidores em potencial. Para se obter maior aproximação fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada. Assim, o número mínimo de consumidores entrevistados foi de 500, ou seja, com uma amostra de, no mínimo, 500, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.
O objetivo da PEIC é diagnosticaro nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Das informações coletadas são apurados importantes indicadores: percentual de consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, taxa de inadimplência, tempo de nível de endividamento e nível de comprometimento da renda.
Fonte: Silvio Persivo/ Aristóteles Quintela / Fecomércio

Terça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)