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Em alerta às alagações Prefeitura de PVH revisa Projeto



    Concebido e coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o projeto “Proteger” é o plano de ações da Prefeitura de Porto Velho para atender a atingidos por alagações no município. O projeto tem sido revisado anualmente e, neste ano, o ponto mais enfatizado tem sido o pacto dos agentes, que inclui diversos segmentos da administração municipal e outros órgãos federais e estaduais de defesa e assistência à população, para que a capacidade de resposta seja rápida, eficiente e bem gerida. O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) tem observado que desde outubro de 2013 as marcas históricas de elevação do nível do rio têm sido batidas.

    Segundo Maria Cristina Strava, coordenadora de operações do Centro Regional do Sipam de Porto Velho, os estudos sobre o comportamento do rio são realizados desde 1968, quando foram fixadas as réguas de medição. O aumento de nível observado nos últimos meses revela um caso de anomalia perante os quase 50 anos de análises. Esse tipo de estudo mede o tempo como ano hidrológico. No caso do rio Madeira, o ano inicia em outubro e encerra em setembro do ano subsequente. Nos anos hidrológicos de 2012 e 2013 as cheias não foram muito diferentes da normalidade, mas em 2014 o ano iniciou atípico e o nível das águas tem permanecido acima das máximas históricas. Em outubro, o rio começou a extrapolar as máximas. Em novembro chegou a 11,47, quando a máxima registrada era de 09 metros e a média dos quase 50 anos de estudos era de 6 metros. Dessa forma, o rio ultrapassava em 2 metros a máxima história e em 6 metros a média. “Para a segurança da cidade essas cotas não indicavam grandes problemas, mas anunciavam a necessidade de cautela porque se constatava anomalias no rio”, explicou Strava.

    Toda a extensão da Bacia do Madeira está muito cheia. No início de dezembro, as réguas de medição apontavam 14 metros. A cota de quatorze metros do rio corresponde proximamente à cota 57 da cidade, ponto em que as áreas de alagações começam a ser preocupantes. Dois tipos de medições são relacionados nas medições do Sipam, a cota do nível do rio e a cota da altura das áreas da cidade em relação ao nível do mar. A cota mais baixa da cidade é a 54, que indica 54 metros de latitude e ponto de deságue de rios e igarapés no Madeira. A cota 15 do rio refere-se ao nível de 57,5 da cidade e muitas alagações passam a ocorrer em bairros próximos à costa. Ao fim dezembro de 2013 o rio já atingia essa cota.

Estado de Alerta

    Segundo a Defesa Civil Municipal, quando o rio atingiu a cota 15 foi decretado estado de alerta para as regiões ribeirinhas e para a área urbana próxima ao rio. Atualmente, o nível do rio oscila entre 15 a 18 metros. “O distrito de Jacy-Paraná tem merecido especial atenção pelo fato de sua localização entre as duas usinas e porque o rio Jacy está muito cheio. O rio Jacy elevou-se acima dos 2,40m em relação ao que seria esperado para esse período. As usinas nos preocupam pelo fato das comportas estarem muito cheias. A experiência de ter duas usinas operando no rio é nova para nós e ficamos sempre atentos. Há muita água no entorno da área urbana e dos distritos porque o rio Madeira não permite que rios, igarapés e igapós de toda a região se esvaziem. As áreas de alagações estão aumentando e já se deve pensar em locais para abrigar pessoas tingidas. Recebemos boletins diários do Sipam e do Centro Operacional da Vigilância Civil Nacional, que realiza sondagens constantes sobre as condições das regiões Norte e Nordeste”, esclareceu Paulo Afonso, chefe de operações da Defesa Civil Municipal.

    De acordo com Marcelo Gama, meteorologista do Sipam, as imagens monitoradas revelam que o primeiro trimestre de 2014 terá chuvas acima da média climatológica. “Nossos prognósticos não revelam exatamente a quantidade, mas sabemos que as chuvas estarão acima das médias previstas para o período. Nossas observações compreendem o norte e noroeste de Mato Grosso, o Acre e o estado de Rondônia.

    Também podemos observar o comportamento climático na Bolívia e no Peru, onde imensas nuvens são observadas. O volume pluviométrico nesses países faz elevar as águas de bacias como a do Beni e Madre de Dios, que já estão cheias. Tudo isso contribui também para o aumento do nível da Bacia do Madeira”, observou.

Projeto Proteger

    O Proteger é coordenado pela Semas com a colaboração direta da Coordenadoria de Defesa Civil Municipal. De acordo com Alzenir Gutierrez, coordenadora da Proteção Básica/Semas, o diferencial deste ano é o pacto mais coeso dos segmentos que devem atuar. “Cada um tem um papel especial no conjunto. Para cadastramento em casas populares daqueles que ficam sem residências, da utilização de escolas para abrigo, da necessidade de caminhões para transportes e distribuição de materiais básicos e assim por diante, contamos com todos os segmentos municipais para assumirem tarefas específicas”, informou.

    A Semas deflagra o Proteger após a Defesa Civil emitir suas análises e demarcar as principais áreas de risco. As ações iniciais são o levantamento das condições socioeconômicas das famílias, o cadastramento para realocações de atingidos e a distribuição das tarefas específicas dos agentes. Além dos segmentos municipais, conta-se com a cooperação das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e outras instituições federais e estaduais. Faz parte também do projeto a distribuição de materiais básicos, principalmente alimentos. “Ainda em 2013, fizemos uma previsão para aquisição de cestas básicas. Às vezes, ocorre que pessoas venham a perder tudo. Noutros casos, alguns ficam sem sua agricultura de subsistência. Temos a capacidade de atendimento imediato para mais de mil cestas básicas com o Proteger”, destacou Auzenir. A Defesa Civil Municipal coordena três tipos de operações específicas, as atividades de fiscalização e análise de situações, as ações de interdições e embargos e as de socorro emergenciais. Para as áreas de várzeas e ribeirinhas do município está sendo programada uma viagem de dez dias em que esses tipos de operações poderão ser deflagrados.

    A viagem será feita em conjunto com a Semas e outros agentes para levar vacinas, cestas básicas, filtros, redes, colchões, mosquiteiros e outros materiais. “A viagem será feita em meados de fevereiro, quando o rio estará no nível mais alto. Por enquanto, foram retiradas de suas casas apenas nove famílias residentes no Beco Gravatal e no Bairro Panair. Na segunda-feira (20), visitamos quatorze famílias do Bairro Triângulo para analisar as condições, mas o pessoal ainda não precisou ser retirado. Estamos de prontidão para enfrentar todas as situações que surgirem”, finalizou Paulo Afonso.

Fonte: Renato Menghi

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