Estratégia do órgão prevê readequação do projeto para tornar possível a implantação de pelo menos uma via de acesso à ponte do Bairro da Balsa, com o menor volume de desapropriações possível de moradores, que insistem em permanecer no local até que estejam concluídas as obras do conjunto habitacional a eles destinado na outra margem. O que o DNIT pretende é trabalhar com material mais adequado para enfrentar o período chuvoso, de forma a conseguir, no máximo até março de 2014, disponibilizar a travessia ao tráfego.
Os técnicos estão convencidos de que basta isso para que absolutamente todos os problemas hoje enfrentados pelas obras desapareçam como em um passe de mágica. Eles não correm o risco de dizer claramente, mas com toda a certeza a empresa que explora a travessia pelas balsas está na origem dos problemas da ponte. Adversária poderosíssima, a empresa quer retardar tanto quanto possível a conclusão da obra. É que o serviço abastece seus cofres com volume e velocidade somente comparáveis à correnteza do rio, uma das maiores do mundo.
E na medida em que puderem interferir para retardar os trabalhos, com certeza os proprietários das balsas haverão de fazê-lo. Como aliás desconfia-se que já o venham fazendo. A solução será então a abertura da ponte, quando então secaria a fonte de recursos e as balsas teriam que ser deslocadas para outra região, permitindo a continuidade das obras em condições menos desfavoráveis. O DNIT já tentou inclusive negociar com os moradores da área afetada a locação provisória de residências, para permitir a derrubada dos imóveis.
Até a Universidade Federal Fluminense foi contratada para executar o trabalho, com equipes de advogados, sociólogos, assistentes sociais e outros negociadores para instituir uma “bolsa aluguel”. Ninguém aceitou. Todos querem as casas do outro lado do rio. O que não significa que irão aceitá-las depois de prontas, a menos que a ponte já esteja aberta ao tráfego e as balsas abandonado o filão. É que, curiosamente felizes da vida na situação em que se encontram, mesmo na precariedade das atuais habitações, os moradores deixam transparecer indicativos de que repentinamente começou a chover na horta de cada um, forte estímulo para que permaneçam como se encontram. E por este raciocínio o DNIT pode se preparar para o enfrentamento de manifestações e protestos mesmo para conseguir implantar acesso provisório. E ai os políticos, que sumiram da área desde as últimas eleições, certamente voltarão a parecer. Vai ser um inferno.