Em comemoração ao Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais – Libras, comemorado no dia 24 de abril, estudantes, educadores, sociedade e voluntários se reuniram para comemorar a data alusiva à aprovação e reconhecimento dos direitos e deveres da comunidade surda-muda no país, através da Lei 10.436/02. O encontro aconteceu no auditório da Uniron no Porto Velho Shopping na última segunda-feira, 25.
Palestras, circuitos, exposição de fotos, relatos de experiências, teatro, mímicas, entrega de folhetos informativos, oficinas de interpretação da libras para o português, apresentação de capoeira e muito mais foi oferecido no evento.
Para o professor intérprete bilíngue Matuzalen Nascimento, o momento vivido é histórico para a classe no estado. “Percebemos que a sociedade está mais aberta a atender a causa de forma multidisciplinar, e é uma honra participar desse seminário. Os profissionais que compõe a mesa de palestra e debate são muito conceituados, o que nos faz acreditar no total reconhecimento da língua de sinais como a segunda língua oficialmente registrada no Brasil. Essa é a oportunidade para acabar o preconceito”, ressalta.
O grupo de União Brasil Capoeira apresentou o projeto que tem sido desenvolvido com crianças surdas-mudas. A apresentação ressaltou a importância da inclusão em atividades como a capoeira.
“Sou professor de capoeira na escola bilíngue, comecei com esse trabalho e percebi com a junção do que sei com a vontade dessas crianças iria trazer bons resultados. A evolução na coordenação motora e no cognitivo do aluno nos mostra esse desenvolvimento. Outro fator contagiante é a vontade desses meninos e meninas de conquistar um espaço na sociedade" é o que explica Iaurecy Oliveira, pós-graduando em Libras da Uniron.
Coordenadora da pós-graduação em libras da Uniron, Neide Alexandre afirma que, embora a Lei seja uma garantia de que os direitos devem ser respeitados, muita coisa ainda precisa ser conquistada. “O relevante dessa luta é o reconhecimento dos direitos da comunidade, que até um tempo atrás era quase negado, era proibido, mas ainda falta muito para que sejamos mais fortes. Falta principalmente consciência das pessoas”, salientou Neide.
Sobre a Lei:
Em abril de 2002, o Brasil conheceu a Lei que foi também denominada de Lei de Libras (Língua Brasileira de Sinais), que hoje é, também, a segunda língua oficial do país. A lei 10.436/02 dá condições às pessoas que utilizam a Libras de reivindicar seus direitos enquanto cidadão não só a uma língua, mas acesso ao estudo, lazer, saúde, e em muitos casos exigindo a presença de um intérprete como garantia à acessibilidade, sobretudo nas escolas onde muitos surdos estavam matriculados, frequentavam, mas nada entendiam das explicações, tanto pela falta de alguém que pudesse transmitir simultaneamente como pela ausência de entendimento acerca da surdez e suas especificidades fazendo com que o aluno fosse apenas promovido sem nem ao menos saber como se dava a dinâmica das salas de aula com relação aos parâmetros e processos avaliativos.
Fonte: Ascom

Domingo, 8 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)