Sexta-feira, 19 de junho de 2009 - 22h12
Em recente pronunciamento no plenário da Câmara, o deputado Moreira Mendes (PPS-RO) defendeu a manutenção do programa A Voz do Brasil, veiculado todos os dias às 7h da noite em cadeia nacional de rádio. Responsável pela cobertura dos assuntos relacionados aos três Poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário), o programa está no ar há mais de 70 anos, e tem sido alvo de seguidas tentativas de mudanças em seu formato, especialmente em relação ao horário de sua veiculação. As propostas vão desde a redução do tempo do programa até o fim da sua obrigatoriedade, ficando as emissoras com a opção de veiculá-lo em qualquer outro horário.
Moreira lembrou que A Voz do Brasil faz parte da história da radiodifusão brasileira, e cumpre fielmente o seu objetivo de levar informação jornalística aos mais distantes pontos do País. Brasileiros das mais distantes regiões, desde os grandes centros urbanos até o interior da Amazônia, têm como hábito ouvir o programa, diariamente. Lá, nesse curto e exato espaço de tempo, têm a oportunidade de saber o que acontece nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Muitas vezes não têm acesso a televisores, muito menos à Internet, mas o rádio faz parte da história nacional, afirmou.
O deputado rondoniense ressaltou que, embora algumas propostas já tenham sido aventadas no Congresso Nacional propondo o fim da transmissão do programa, a diminuição de sua duração ou mesmo a flexibilização do seu horário, todas - num total de 20 - foram rejeitadas e arquivadas. Não queremos o fim da Voz do Brasil, muito menos que ela seja veiculada por 10 minutos, ou em horários de pouca audiência. É certo que há interesses comerciais nessa mudança, mas há interesses do Estado brasileiro que estão acima de quaisquer interesses econômicos, frisou Moreira Mendes, acrescentando que, mesmo que a audiência tenha caído com o passar dos anos, A Voz do Brasil continua desempenhando o papel para o qual foi criado: servir aos brasileiros, principalmente aos que mais carecem de informações.
Moreira registrou que nas suas andanças pelo interior do estado de Rondônia sempre ouve apelos incisivos da população para que o programa não sofra alterações, principalmente em relação ao seu horário. Aqui, falo em nome de pessoas como o senhor Marciano Bento da Cunha, do município de Cacoal, no meu estado de Rondônia, e tantas outras que têm vindo até mim pedir para que a Voz do Brasil seja mantida como está. Por toda a sua história, pelo significado que A Voz do Brasil tem para os brasileiros, nós deveríamos alçá-la à condição de patrimônio cultural do País, como marca de nossa unidade e de nossa cidadania, e não mais discutir sua flexibilização, disse ele.
Abaixo, a íntegra do discurso:
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Na semana passada, um conterrâneo meu do município de Cacoal, senhor Marciano Brito da Cunha, procurou-me, preocupado com a notícia de que haveria a extinção ou a mudança do horário do programa A Voz do Brasil. Preocupado também com o assunto, quero fazer um breve pronunciamento sobre a história do programa A Voz do Brasil.
Atendendo ao apelo desse nosso conterrâneo, quero aqui registrar que um programa tão importante quanto esse não pode ser extinto nem modificado. Por toda a sua história, o programa A Voz do Brasil tem sido para os brasileiros mais do que um programa, um patrimônio cultural do País e, portanto, não pode ser extinto nem modificado, porque é a voz do povo brasileiro.
Por isso, Senhor Presidente, é com muito orgulho que hoje ocupo esta tribuna para defender esse antigo, eficaz, louvável e amplamente conhecido programa de rádio nacional: A Voz do Brasil.
Esse importante programa faz parte da história de radiodifusão brasileira. O mais tradicional noticiário de rádio do País está no ar há quase 70 anos, com o objetivo de levar informação jornalística diária dos Poderes da República aos mais distantes pontos do Brasil.
A Voz do Brasil começou a ser veiculada no dia 22 de julho de 1935, no Governo Getúlio Vargas. Naquele período, chamava-se Programa Nacional. De 1936 a 1962, e era levado ao ar com o nome de Hora do Brasil. A transmissão obrigatória do programa por todas as emissoras de rádio do País, em rede nacional, iniciou-se após 1938.
Nos primeiros 25 anos, apenas os atos do Poder Executivo eram divulgados. Esse perfil editorial mudou em 1962, quando o Congresso Nacional passou a integrar o noticiário. A partir daquele ano, o Senado e a Câmara dividiram a segunda meia hora do programa. Também em 1962 ocorre a mudança de nome, com o programa passando a chamar A Voz do Brasil.
Em 1995, A Voz do Brasil entrou para o Guiness Book (livro de registro dos maiores feitos de pessoas e entidades no mundo inteiro) como o programa de rádio mais antigo do Brasil. Também é o mais antigo programa de rádio do hemisfério sul. Atualmente, A Voz do Brasil é regulamentada pelo Código Brasileiro de Telecomunicações, que prevê a sua transmissão diária obrigatória, no horário compreendido entre as 19 e 20 horas.
Além de ser o mais antigo, A Voz do Brasil também é muito ouvida, embora haja rumores de que o programa perdeu a sua importância com o advento dos novos veículos de comunicação de massa. Pesquisa do Instituto Datafolha, feita em dezembro de 1995, informa que 88% dos brasileiros com idade acima de 16 anos conhecem A Voz do Brasil. Mais da metade deles aprova que o programa seja obrigatório. A mesma pesquisa mostra que nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste a audiência é maior. Dois terços dos entrevistados dessas regiões que conhecem A Voz do Brasil ouvem o programa regularmente, o que é um índice altíssimo.
Brasileiros das mais distantes regiões, desde os grandes centros urbanos até o interior da Amazônia, têm como hábito ouvir o programa diariamente. Lá, nesse curto e exato espaço de tempo, têm a oportunidade de saber o que ocorre nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Muitas vezes não têm acesso a televisores, muito menos à Internet, mas o rádio, Senhor Presidente, faz parte da história nacional. Quantos rumos já foram mudados pela comunicação feita pelo rádio, em um país como o nosso, de dimensões continentais? Haveria algo mais democrático do que um programa com cobertura em todo o território, com horário certo e pré-definido, destinado a dar conhecimento ao povo do que seus representantes estão a fazer, mesmo tão longe?
Embora algumas propostas já tenham sido apresentadas neste Congresso em prol do fim da transmissão do programa, diminuição de sua duração, ou mesmo flexibilização do seu horário, é importante ressaltar que todas, num total de 20, foram rejeitadas e arquivadas. Não queremos o fim do programa A Voz do Brasil, muito menos que ela seja veiculada por 10 minutos, ou em horários de pouca audiência. É certo que há interesses comerciais nessa mudança, mas há interesses do Estado brasileiro que estão acima de quaisquer interesses econômicos. Mesmo que a sua audiência tenha caído com o passar dos anos, o programa continua desempenhando o papel para o qual foi criado: servir aos brasileiros, principalmente aos que mais carecem de informações.
E aqui, Senhor Presidente, falo em nome de pessoas como o senhor Marciano Bento da Cunha, do Município de Cacoal, no meu Estado de Rondônia, e tantas outras que têm vindo até mim pedir para que A Voz do Brasil seja mantida como está.
Por toda a sua história, pelo significado que A Voz do Brasil tem para os brasileiros, nós deveríamos alçá-la à condição de patrimônio cultural do País, como marca de nossa unidade e de nossa cidadania, e não mais discutir sua flexibilização. Afinal, ela é a minha voz, a sua voz, é a voz do Brasil, e não pode, jamais, ser calada.
Era o que tinha a dizer.
Deputado Moreira Mendes
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