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CNC lança primeiro indicador nacional antecedente de consumo das famílias, o ICF



Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aponta que as famílias iniciaram o ano satisfeitas com as condições atuais de emprego, renda e crédito e encontram-se mais propensas a ampliar seus gastos com consumo no curto prazo.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está lançando a primeira Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF-Nacional), que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. O indicador tem capacidade de medir, com alta precisão, a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família, tais como a sua capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, condições de crédito, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro. Em seu primeiro resultado, o ICF-Nacional registrou uma percepção de satisfação geral de 135,5 pontos, numa escala que vai de zero a 200, indicando otimismo com relação ao futuro.

Os resultados do ICF podem ser avaliados sob dois ângulos. O primeiro é o da magnitude do grau de satisfação e insatisfação dos consumidores, por meio de sua dimensão, já que o índice abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo. O segundo ângulo é o da tendência desse grau de satisfação e insatisfação, por meio das variações mensais do ICF total.

O ICF é composto por sete itens. Quatro deles – emprego atual, renda atual, compra a prazo e nível de consumo atual - comparam a expectativa do consumidor em relação a igual período do ano passado. Os demais itens referem-se a perspectivas de melhoria profissional para os próximos seis meses, expectativas de consumo para os próximos três meses e avaliação do momento atual quanto à aquisição de bens duráveis.

Para o comércio, o ICF cumpre um papel altamente relevante ao capturar informações em todas as unidades da Federação. As informações são obtidas a partir de 18.000 questionários analisados mensalmente. Outro fator que destaca o ICF frente a outros indicadores antecedentes baseados na percepção do consumidor é o seu caráter de curto prazo. As avaliações do consumidor em relação ao futuro são tomadas em um horizonte que varia de três a seis meses. Outra característica deste indicador consiste na fusão da percepção pessoal e familiar.

INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS
 
Total
Até de 10 S.M.
Mais de 10 S.M.
T1 - Emprego Atual
134,8
133,0
145,8
T2 - Perspectiva Profissional
135,9
133,6
142,9
T3 - Renda Atual
146,3
144,3
157,9
T4 - Compra a Prazo
145,2
142,6
162,6
T5 - Nível de Consumo Atual
107,3
104,2
127,6
T6 - Perspectiva de Consumo
138,4
136,8
149,3
T7 - Momento para Duráveis
140,8
139,8
153,4
ICF
135,5
133,5
148,5
Pesquisa Direta CNC



Emprego Atual: Famílias mais seguras

O item Emprego Atual atingiu no final de dezembro 134,8 pontos, indicando satisfação dos entrevistados diante da empregabilidade corrente. No corte por faixa de renda, as famílias que percebem renda total acima de 10 salários mínimos encontram-se em um patamar mais elevado (145,8 pontos) que as famílias de renda inferior (133,0 pontos).

A percepção geral dos entrevistados é consistente com a recuperação recente do mercado de trabalho, uma vez que a taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas do país apurada pela pesquisa mensal de emprego (PME) do IBGE apresentou recuos nos últimos três meses pesquisados. 

Perspectiva Profissional: Expectativa de melhoria

As famílias brasileiras acreditam que terão melhoria profissional nos próximos seis meses. No total, o item Perspectiva Profissional situou-se 35,9 pontos acima do ponto de indiferença no mês pesquisado. O resultado por faixa de renda revela uma percepção de maior segurança quanto à empregabilidade futura por parte das famílias do corte de maior renda.

Observado à luz dos indicadores conjunturais de emprego mais recentes este resultado reflete uma expectativa de continuidade no processo de recuperação do mercado de trabalho após a crise econômica. Cabe destacar que no corte por renda este foi o componente do ICF que registrou a menor distância entre as famílias mais pobres e as mais ricas.

Renda Atual: Ganhos reais

A percepção dos entrevistados sobre a renda atual foi o aspecto apurado pelo ICF que apresentou o maior grau de satisfação das famílias situando-se 46,3 pontos acima do ponto de indiferença. Embora o índice ainda não possua uma base temporal comparativa, certamente, sua magnitude reflete o longo período de ganhos reais percebidos no mercado de trabalho.

Utilizando-se a PME do IBGE, o último mês de queda na comparação inter-anual do rendimento médio habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas ocorreu em junho de 2005, configurando-se, portanto 53 meses de aumentos no rendimento do trabalho. As famílias de renda mais alta apresentam um patamar de satisfação 9,4% maior que as demais (144,3 contra 157,9 pontos, respectivamente). 


Compra a prazo: Mais facilidades no parcelamento

Esse item capturou o maior patamar de satisfação por corte de renda (162,7 pontos nas famílias com mais de 10 salários mínimos). Esse resultado sem base comparativa temporal, contudo, tende a refletir o patamar histórico de maior acesso a crédito dos estratos de renda mais elevada. 

No futuro, a recente ampliação de acesso ao crédito dos demais estratos da população deverá levar a uma redução nesta distância entre os dois segmentos de renda pesquisados. O índice global, no final de dezembro, alcançou 145,2 pontos. 

Nível de Consumo Atual: Famílias comprando mais

A percepção das famílias quanto ao consumo atual foi o indicador que apresentou a menor distância em relação ao ponto de indiferença (7,3 pontos). Contudo, mesmo as famílias de menor renda encontram-se satisfeitas quanto ao consumo presente (104,2 pontos).

A queda consumo, decorrente da recente crise econômica, se refletiu nas vendas do comércio varejista cuja recuperação dos níveis pré-crise (setembro de 2009) levou cinco meses. Da mesma forma, através das contas nacionais nota-se que a recuperação das despesas das famílias ocorreu apenas a partir do segundo trimestre de 2009. Assim, o patamar relativamente baixo deste indicador sugere que em meses recentes houve também uma queda na satisfação quanto ao consumo atual. 

Perspectiva de Consumo: Consolidando a recuperação nas vendas

Para mais da metade das famílias (54,6%) o consumo deverá melhorar no curto prazo. A confirmação deste quadro, portanto, consolidará a recuperação do comércio em 2010 aproximando o ritmo das vendas daquele verificado antes da crise econômica, quando o volume de vendas do varejo crescia a taxas de dois dígitos.

Os últimos dados da pesquisa mensal de comércio (PMC) do IBGE, revelam que esta é uma realidade cada vez menos distante. Em outubro e novembro do ano passado as vendas reais cresceram, respectivamente, +8,6% e +8,7% ante o mesmo mês do ano anterior. 

Momento para Duráveis: Bom momento para adquirir esses bens

Para 67,5% dos entrevistados o momento atual é favorável para a compra de bens duráveis. Usualmente adquiridos através de empréstimos e financiamentos, a percepção de condições favoráveis é percebida por 66,5% das famílias de renda mais baixa ao passo que, para as famílias com renda superior a 10 mínimos 73,9% consideram o momento atual favorável à aquisição destes bens.

Os dados mais recentes do Banco Central do Brasil indicam que a recuperação do crédito vem ocorrendo de forma relativamente errática. Todavia, nos últimos doze meses verifica-se uma queda de 15,3 pontos percentuais das taxas de juros ao consumidor (para 43,0% ao ano em média) , bem como ampliação dos prazos médios para 512 dias (+6,0%). Adicionalmente, confirmada a recuperação do mercado de trabalho em 2010, o crédito consignado, que já representa quase 60% do crédito pessoal, encontrará fôlego para continuar em expansão estimulando o consumo de bens duráveis no corrente ano. 

Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC)

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