Sábado, 16 de maio de 2009 - 21h04
Madrugada de sexta-feira (15), acordamos às 3:00 horas da madrugada e seguimos todos para formar o comboio e seguir viagem rumo ao acampamento do Consórcio Intersur, em San Gaban, a 240 quilômetros de Puerto Maldonado, no meio da subida dos Andes, e posso garantir, sem sombra de dúvida que foi a viagem mais impressionante que já fiz, eu e certamente todos da comitiva, na minha vida: paisagens deslumbrantes, cenário de filme e estrada de tirar o fôlego.
Comboio formado, 26 camionetes em fila indiana, saímos às 4:20 debaixo de chuva rumo a primeira parada em Mazuco, ao pé da cordilheira, ainda num trecho de selva amazônica e sempre subindo. Não dá para descrever a sensação de passar por abismos impressionantes, onde só passa um veículo e mesmo assim bem apertado. A rodovia está em construção, e quando acontecia de cruzarmos com um caminhão todos tínhamos que parar e encostar para abrir passagem. No caminho passamos por várias plantações de coca e chegamos a ver a folha sendo secada numa quadra de escola. Aqui a coca é preparada como chá, que tem um gosto muito amargo, semelhante ao boldo, e também é mascada como um chiclete, para que o organismo se adapte melhor ao ar rarefeito.
Ao meio-dia chegamos sob chuva ao acampamento da Intersur em San Gaban, onde almoçamos com o governador local, Omar Medrano, e os diretores da Camargo Correa, empreiteira brasileira que está construindo um dos trechos da Transoceânica, que nos recebeu calorosamente. Segundo o diretor Flávio Mesquita, responsável pela obra, 1.200 funcionários estão atualmente no trecho, sendo que apenas 40 são brasileiros. "Os peruanos são muito bons de serviço, dedicados e adaptados à altitude, por isso a nossa opção por trabalhadores locais", disse ele.
No acampamento, que é praticamente uma cidade, muito bem montado e organizado, muitos da delegação se emocionaram, chegando a chorar, com as crianças que nos receberam na entrada. Vestidos com trajes coloridos, cerca de 40 meninos e meninas vieram ao nosso encontro e nos abraçaram como se comemorassem um gol, nos abraçaram e deram votos de "bienvenidos e salude", e depois apresentaram dois números de danças locais.
Por volta das 13:30 seguimos viagem, e foi a partir deste trecho que a paisagem ficou realmente deslumbrante, pois saímos do trecho de selva e entramos no trecho de montanha, onde a vista é simplesmente sensacional, com cachoeiras de 1.000 metros de altura e abismos impossíveis de se ver o fundo, em alguns trechos a água que desce das montanhas forma verdadeiros rios no meio da estrada, e as máquinas e tratores estão por toda parte. Escolher seis fotos do trecho de hoje, como temos feito nos demais dias, vai ser uma tarefa impossível.
Por volta das 16:00, sem chuva, chegamos à Olachea, e fomos obrigados a parar para colocar roupas de frio. Estávamos à 2.800 metros de altitude e os termômetros marcavam 10 graus de temperatura. Alguns veículos abasteceram e seguimos por mais duas horas até Macusani para abastecimento da frota e foi ali que as coisas realmente complicaram: muitos de nós sentiram vertigens por falta de oxigênio e foram atendidos pela equipe do Corpo de Bombeiros, comandada pelo doutor Amado Rahal, que nos acompanha desde a partida de Porto Velho, com a companhia do Dr. Rached, que monitorava a pressão do pessoal. Oxigênio para todos e vamos em frente, já anoitecia e ainda restavam mais 240 quilômetros até Puno.
Continuávamos subindo, estrada recém construída em excelentes condições, bem sinalizada e sem buracos, e chegamos a 4.930 metros no alto dos Andes. A temperatura externa beirava zero grau e água congelava no para brisa, o que nos obrigou a seguir em velocidade reduzida, mas sempre com a escolta da polícia peruana à frente.
Por volta das 21:00 horas estávamos chegando à Juliaca, cerca de 40 quilômetros antes do nosso destino, quando deparamos com uma Van que havia nos ultrapassado cerca de 5 minutos antes capotada à beira da estrada. Fomos os primeiros a chegar e prestamos os primeiros socorros aos 6 passageiros. Milagrosamente apenas duas crianças se machucaram com alguns cortes provocados pelos vidros, foram atendidas no local e levadas pelos bombeiros ao hospital juntamente da mãe. Felizmente não houve vítimas, mas a cena do acidente e das crianças feridas também me emocionou muito.
A parada para socorrer os que vomitavam devido à náuseas e mal estar pelas curvas da estrada, ou precisavam de oxigênio para não apagar, eu inclusive, além do atendimento às crianças do acidente, nos atrasou por quase uma hora, e acabamos chegando ao hotel em Puno, às margens do lago Titicaca, por volta das 23:00 horas.
Fica aqui um registro importante: o povo peruano é extremamente gentil e atencioso, em todos os lugares que passamos até agora fomos muito bem recebidos. Mas também são muito pobres e carentes, vimos muitos barracos à beira da estrada com as pessoas pedindo comida, e vilas de pessoas carentes que aqui são chamadas de "pueblos", em péssimas condições, nossas favelas são luxuosas perto da pobreza peruana.
Amanhã conto mais sobre nossa passagem por Puno e o Hotel Libertador, um cinco estrelas espetacular às margens do Lago Titicaca que tem a vista mais impressionante que já vi na minha vida: na janela da frente os Andes peruanos e na do fundo o maior lago da América Latina.
Fonte: Decom
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