Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, aponta que os índices de violência contra a mulher estariam mais altos se a Lei Maria da Penha, que completa nove anos em 2015, não tivesse sido criada. A redução foi de 10% em relação aos casos de mulheres mortas dentro de casa no Brasil.
Para chegar a essa conclusão, o Ipea utilizou o método chamado modelo de diferenças em diferenças, que confronta os números de homicídios contra mulheres dentro dos lares com os registrados em relação aos homens, e do Sistema de Informações sobre Mortalidade do SUS. No entanto, mesmo com esses números e resultados positivos, os problemas relacionados à violência contra a mulher ainda estão muito longe do fim.
Um outro estudo do Ipea mostra que 43% das mulheres brasileiras dizem que já foram vítimas de algum tipo de violência física ou verbal. E 90% dos casos que terminaram em morte, os autores dos crimes eram conhecidos das vítimas. Com o intuito de conscientizar a população portovelhense sobre o problema, a Prefeitura de Porto Velho lançou na sexta-feira, 07, a campanha “Dói Mais Quando Você Não Denuncia”, desenvolvida pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CMPPM), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Creas Mulher e o Conselho Municipal de Defesa da Mulher (CMDM).
A campanha consiste na realização de pit stop em locais estratégicos de grande movimentação com a distribuição de folderes, adesivos e cartazes alusivos à campanha. Na abordagem a equipe também conversa com os condutores e com que está dentro do veículo chamando atenção para o problema e passando orientações sobre como denunciar caso testemunhem algum tipo de violências contra a mulher.
O primeiro pit stop aconteceu nesta sexta-feira na avenida Jorge Teixeira, próximo à loja Havan. O próximo será no dia 14 na avenida Jatuarana, esquina com a avenida Tancredo Neves, na zona sul. “A intenção é massificar as informações sobre a Lei Maria da Penha para que as mulheres saibam como se proteger, saiba os caminhos que tem seguir para dar um basta a essa questão da violência contra a mulher que por um acaso seja sofrendo”, frisou a coordenadora da CMPPM, Vanuza Nascimento Machado.
A coordenadora adiantou que o município hoje está estruturado, junto com a rede de enfrentamento, a dar todo suporte e apoio à mulher vítima de violência, como o Centro de Referência Sonho de Liberdade (Creas Mulher), o Centro de Referência Saúde da Mulher (CRSM), o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres (CMDM). “A Lei Maria da Penha, para nós mulheres, foi uma conquista que buscávamos há anos. E nós gestores, não podemos aceitar nenhum tipo de violência contra a mulher, seja doméstica, visual, psicológica ou física. E essa campanha visa incentivar as mulheres a quebrarem o silêncio e enfrentarem o problema denunciando seu agressor”, afirmou.
Vanuza Machado explicou ainda que a Lei Maria da Penha garante à mulher vítima de violência uma série de medidas rápidas e eficientes que podem evitar novos traumas e até mesmo salvar vidas. No caso, o juiz poderá aplicar ao agressor de imediato, suspensão da posse ou restrição do porte de arma, afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima, como aproximação da vítima, de familiares e testemunhas, proibição de frequentar determinados lugares, restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, entre outras.
Fonte: Joel Elias

Quinta-feira, 19 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)