Terça-feira, 18 de novembro de 2025 - 12h15

A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) promoveu na última
segunda-feira (17), uma cerimônia de entrega de Títulos Honoríficos prevista no
Requerimento N.º 2776/2025, apresentado pela deputada Ieda Chaves (União
Brasil). A cerimônia, realizada no auditório Amizael Gomes da Silva, reuniu
autoridades, familiares e representantes de diversas instituições. A iniciativa
buscou reconhecer histórias de mulheres que vêm fortalecendo a vida social,
econômica e institucional do Estado com trabalho consistente e impacto
real na vida dos rondonienses.
Receberam a honraria Antonielly Arce Rottoli, produtora rural e
diretora da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-RO), Andréa
Luciana Damacena Ferreira Engel e Tânia Garcia, procuradora e promotora de
Justiça, além de Tânia Mara Guirro, juíza de Direito.
Durante a solenidade, Ieda Chaves destacou que o reconhecimento
vai além do simbolismo. Ela ressaltou que as homenageadas representam avanços
concretos em áreas essenciais. “Estamos muito felizes por ter mulheres como
vocês no nosso Estado. Na Justiça, mulheres que garantem equidade, que atuam
com sabedoria, que são linha de frente na defesa dos direitos e no combate às desigualdades.
Na gestão pública, mulheres que administram com transparência e visão
estratégica, transformando teoria em políticas públicas eficazes que melhoram a
vida da população. No agronegócio, mulheres que rompem com a imagem tradicional
do campo, inovando, liderando e garantindo que nossa produção seja referência
nacional e internacional”, destacou.
Vozes que ecoam
A solenidade reuniu vozes que reforçaram a força das mulheres
rondonienses e evidenciaram desafios que ainda precisam ser superados. A presidente
da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) –
Seccional Rondônia, Patrícia Holanda, destacou que Rondônia nasceu do trabalho
duro, daquele que começa antes do sol nascer e enfrenta estradas longas,
distâncias e incertezas, a exemplo das mulheres envolvidas no agro.
“Que iniciativas como esta se traduzam em leis e ações concretas
de proteção social, incentivo à produção sustentável e combate à violência e à
discriminação que ainda atingem tantas mulheres do campo”, contribuiu Patrícia
ao agradecer as homenageadas por mostrarem que Rondônia pode ser exemplo de
força, coragem e protagonismo feminino em todas as esferas”.
A advogada e coordenadora da Rede Lilás, Rosimar Francelino
Maciel, destacou a urgência de fortalecer as políticas de proteção às mulheres
durante a homenagem realizada na Alero. Em seu depoimento, ela lembrou que a
rede de enfrentamento à violência em Rondônia é mantida por profissionais que
atuam com responsabilidade e sensibilidade diante de casos que revelam
desigualdades ainda presentes no Estado.
“Hoje, ao homenagearmos todas vocês, precisamos lembrar e dar voz
às mulheres, especialmente às histórias que escuto todos os dias, que todas nós
escutamos todos os dias. Mulheres que, muitas vezes invisíveis nos espaços
públicos, enfrentam diariamente barreiras e violências silenciosas. [...] Elas
revelam uma sociedade ainda marcada por preconceitos e desigualdade de gênero,
onde o talento e a força das mulheres muitas vezes são sufocados por olhares e
atitudes que tentam limitar seus espaços e suas vozes”, falou.
Ciclo da violência segue em pauta
A 3ª sargento Priscila Mendes, que atua na Coordenadoria de
Atividades Sociais (CAIS) da Polícia Militar de Rondônia e integra a Patrulha
Maria da Penha (PMP) desde sua criação, em 2019, apresentou um relato claro
sobre os desafios da prevenção à violência doméstica no Estado e destacou o
trabalho essencial desenvolvido pela CAIS, voltado ao rompimento desse ciclo de
violência.
“O CAIS cumpre um papel central nas políticas públicas do Estado
porque ali realizamos o que há de mais eficaz: a prevenção, como no Programa
Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), na Polícia Militar
Mirim e na própria PMP”, afirmou Priscila. Ela alertou para o avanço dos
feminicídios no país e lembrou que o Brasil ocupa a 5ª posição mundial no que
se refere ao assassinato de mulheres. “A região Amazônica aparece nesse
ranking. Temos alguns agravantes, como a maior fronteira em comparação ao
restante do país e, com isso, o aumento do tráfico de armas, do tráfico de
drogas e o crescimento das facções”, enumerou Priscila.
Apesar do cenário desafiador, a sargento afirmou que Rondônia pode
se tornar referência nacional em políticas de enfrentamento, desde que haja
integração entre as instituições e fortalecimento contínuo das ações
preventivas. “E eu acredito, sim, que a região Norte pode ser um retrato no
cenário nacional de mudança, com políticas públicas, com pessoas experientes,
habilidades”.
"Quando uma mulher fala, ela tira outra do
silêncio"
“Hoje celebramos trajetórias que abriram caminhos, que romperam
barreiras e que muitas vezes, em silêncio, sustentaram lutas que não cabem em
palavras. Muitas mulheres que, com coragem e sensibilidade, fazem do serviço um
espaço de justiça, acolhimento e esperança. Como mulher e como defensora
pública, sinto profundamente que cada uma de nós carrega dentro de si uma
história de resistência. E é dela que brota a capacidade de cuidar, de lutar,
de transformar realidades, mas principalmente de inspirar novas gerações”,
disse Késia Abrantes, representante da Defensoria Pública do Estado de Rondônia
(DPE/RO), ao reconhecer a sensibilidade de Ieda Chaves e a dedicação em
promover esta homenagem.
Em seguida, a defensora pública falou de sua esperança a partir da
solenidade, ou seja, que não seja apenas aplausos, mas um compromisso:
“Construirmos juntas um Estado onde todas as mulheres possam viver com
dignidade, respeito e plenos direitos. Eu sempre digo que quando uma mulher
fala, ela tira outra do silêncio, as mulheres silenciadas pela violência
doméstica, pela subjugação e muitas vezes pela desigualdade econômica em
relação aos homens”, acrescentou Késia.
Provas diárias de capacidade
Ao usar a tribuna, a deputada federal Silvia Cristina (PP) afirmou
que conhece profundamente os desafios enfrentados pelas mulheres, já que também
precisou provar sua capacidade ao longo da trajetória no dia a dia. “Sem perder
a doçura e a sensibilidade que nós, mulheres, carregamos. Quantas vezes somos
subestimadas apenas por sermos mulheres?”, questionou.
Ela destacou ainda que, mesmo diante das dificuldades, é
necessário seguir firme, com fé, coragem e determinação. “Não tenho dúvidas de
que uma homenagem como esta, concedida a todas as mulheres aqui representadas,
funciona como combustível. Traz estímulo, força, perseverança e resiliência
para que possamos continuar avançando”.
Reconhecimento e estímulo
Ao encerrar, Ieda Chaves parabenizou todas as homenageadas e
destacou que a honraria não se encerra no ato de entrega. Segundo ela, “o
reconhecimento deve servir como estímulo para que sigam abrindo caminhos e
influenciando positivamente futuras gerações”.
Serviço
Clique aqui e assista a transmissão da cerimônia.
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