No encontro de 1967, os bispos da Amazônia, estrangeiros em sua maioria, ao discutirem o papel da Igreja na SUDAM provocaram a ira de “nacionalistas extremados” que os classificaram de “brasileiros apenas de coração”. A CNBB, por meio de sua Comissão Central, imediatamente, sai em defesa dos bispos: “Bastaria uma simples visita às missões, para reconhecer naqueles mensageiros de Deus, os mais ativos operadores da integração da Amazônia” .
A presença da CNBB na Amazônia, nestes 60 anos, se fez sentir também em inúmeras outras iniciativas que confirmam seu compromisso com o povo amazônida, com sua fé, sua cultura, suas tradições, seus direitos, sua vida. Destaque-se, por exemplo, o primeiro Seminário sobre a Pastoral da Amazônia, realizado em 1971, no Rio de Janeiro. É neste contexto também de preocupação com a Amazônia que Manaus é escolhida, certamente com total apoio da CNBB, para sediar o Congresso Eucarístico Nacional, em 1975. Merece destaque ainda a 37ª Assembleia Geral da CNBB, em 1999, quando os bispos da Amazônia se fizeram ouvir por todos os bispos do Brasil através de sua mensagem ao Povo de Deus e ao Brasil intitulada “A Igreja e a Questão da Amazônia”.
Decisão da CNBB, no entanto, que impulsionou ainda mais o olhar da Igreja no Brasil para a Amazônia foi a criação, em 2003, da Comissão Episcopal para a Amazônia. Com o objetivo de animar o espírito missionário da Igreja e sensibilizar a sociedade brasileira em relação à Amazônia, esta Comissão tem sido responsável por inúmeras iniciativas voltadas para a evangelização da Amazônia. Da mesma forma, a realização da Campanha da Fraternidade, em 2007, com o tema sobre a Amazônia, não só aumentou a visibilidade desta região como também despertou o interesse de muitos em colaborar com a missão que aí se realiza.
Há ainda duas outras iniciativas que emergem como fruto do comprometimento da CNBB com a Amazônia ao longo destes 60 anos de sua existência. O primeiro é a Semana Missionária da Amazônia, criada por iniciativa da Comissão Episcopal para a Amazônia, atualmente presidida pelo Cardeal Cláudio Hummes. A segunda é a construção do projeto “Missionários para a Amazônia”. Aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB de 2009, estas iniciativas buscam responder dois grandes desafios da Igreja na Amazônia: a falta de recursos financeiros e a falta de missionários. O apoio da CNBB é decisivo para vencer estes desafios.
Em julho de 2012, Santarém (PA) sediou, mais uma vez, o encontro dos bispos da Amazônia, que celebrou os 40 anos do Documento de Santarém, resultado do mesmo encontro em 1972, cuja contribuição foi decisiva para pôr em prática o Concílio Vaticano II e o Documento de Medellín. A CNBB, reconhecendo a importância desse momento histórico para a Igreja na Amazônia, fez-se presente através de seu secretário geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner, expressando, assim, a comunhão e a unidade do episcopado brasileiro que, ao longo dos 60 anos da CNBB, tem dado o tom de sua relação com a Igreja na Amazônia.
Estas são apenas algumas das muitas formas como a CNBB se fez e se faz presente na Amazônia. Recordá-las aqui, no contexto dos 60 anos da CNBB, é reviver a história desta Conferência que conquistou a credibilidade e o respeito da sociedade brasileira pelo seu compromisso com a vida de seu povo e a defesa dos direitos humanos, especialmente, dos pobres e excluídos. A Comissão Episcopal para a Amazônia se orgulha por fazer parte desta história. Parabéns, CNBB!
Assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia
ças ao seu incondicional apoio, desde que foi criada em 14 de outubro de 1952, o grito dos bispos da Amazônia, emitido especialmente a partir de seus encontros iniciados meses antes da fundação da Conferência (junho de 1952), ecoou em todas as dioceses do país e, desde então, cresce a consciência de que a evangelização nesta vasta região brasileira é de responsabilidade de toda a Igreja no Brasil.
Sábado, 20 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)


