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1º Juizado da Infância e da Juventude tem média de processos reduzida com implantação de boas práticas


 

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Com medidas simples e foco na humanização do atendimento, o 1º Juizado da Infância e da Juventude de Porto Velho tem conseguido reduzir o número de processos em andamento na vara, que já chegou a 2800 e agora mantém uma média de 1100 processos. “Isso graças a um conjunto de práticas que passamos a adotar para dar agilidade às sentenças e, sobretudo, eficácia na aplicação das medidas”, explicou o juiz titular do Juizado, Marcelo Tramontini.

As mudanças começam na distribuição do processo. Antes o trabalho era feito pelo chefe de cartório, junto com outras tarefas, como o cumprimento das medidas socioeducativas. “Essa sobrecarga de atribuições causava morosidade e atropelo”, comenta a escrivã Helena Prado. Para sanar o problema foi criada uma equipe exclusiva para a distribuição, o que tornou o trâmite muito mais rápido.

Mas talvez a medida com maior repercussão, pela dimensão humana, diz respeito à realização das audiências, que passaram a ser feitas com sistema de gravação e com a presença do adolescente infrator e todo o corpo técnico (juiz, promotor, defensor, equipe psicossocial, quando necessário). Além disso, como as alegações finais são gravadas, a sentença é dada na hora, com as explicações adequadas ao adolescente. “Ele fica sabendo como e porque vai cumprir a medida. Isso faz toda a diferença, se levarmos em consideração o caráter pedagógico da socioeducação”, lembra Marcelo Tramontini.

O magistrado conta que durante a audiência todos os aspectos envolvendo o ato infracional vem à tona. Além do juiz, promotor e defensor também se dirigem ao adolescente para esclarecimentos. “A medida passa a ter mais efeito, pois o adolescente compreende as consequências e repercussões de seus atos”, reflete ao reforçar que estudos científicos comprovam que a percepção de tempo para o adolescente é muito diferente do que para um adulto. “Por isso é imprescindível que a resposta seja rápida, do contrário fica sem sentido julgar”, completou.

A lei diz que o adolescente que comete ato infracional deve ser julgado em até 45 dias, mas o 1º Juizado consegue realizar o julgamento com média de um mês. Os esforços nesse sentido incluem ainda o agendamento constante de audiências. “Fazemos de 10 a 20 por dia”, enumera ao verificar o cronograma que tem audiência mais distante marcada para o dia 21 de agosto.

Outro aspecto que contribui para diminuir o congestionamento é o cuidado especial com detalhes, como os objetos relacionados aos processos. Como não se pode extinguir o processo sem que seja dada uma destinação, como prevê a lei, foi proposto um mutirão nas delegacias para verificar a situação de cada bem. Muitos, que estavam há anos parados, foram entregues a instituições filantrópicas (bicicletas, aparelhos de ar-condicionado, etc.), conforme orientação do manual de cumprimento de medidas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
 

Medidas

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Com relação às medidas socioeducativas também foram implantadas mudanças significativas tanto no meio aberto quanto no fechado. A primeira é feita em parceria com o Creas (Município), na qual o adolescente presta serviço comunitário ou cumpre certas obrigações como liberdade assistida. Nesse caso pressupõe uma mudança de vida do adolescente. Ele deve frequentar escola, acompanhamento psicológico e se tiver envolvimento com drogas, fazer tratamento de recuperação. “Aqui mesmo do juizado ligamos para o Senai para matricular o adolescente no curso de profissionalização”, complementa a escrivã Helena.

Já o cumprimento da medida no meio fechado é feito nas unidades de internação. Apesar de a responsabilidade ser do Estado o Juizado acompanha mensalmente cada caso em audiências realizadas com promotor, defensor e equipe técnica da unidade. “Verificamos as condições do cumprimento e a possibilidade de liberar para meio aberto”, explica. Além disso, periodicamente são feitas inspeções na própria unidade. “Tudo isso proporciona uma pacificação dentro das unidades”, demonstrou Tramontini. A prática, relatada a uma colega de Goiás durante um encontro nacional, serviu de bom exemplo. “Quando a encontrei novamente ela agradeceu a dica, disse que também fez diferença em sua comarca”, completou.
 

Humanização

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O trabalho da equipe técnica do juizado é outro aspecto relevante para contribuir com a humanização do atendimento. Estudos psicossociais, orientações e até auxílio para recuperação de dependentes dão apoio para o adolescente que cumpre medida.

O contato direito com o adolescente e familiares é outro ponto importante para responsabilizar e ao mesmo tempo apoiar o adolescente. “Quantas vezes ligamos diretamente para ele informar sobre a medida ou solicitar comparecimento”, relata Helena Prado, que se sente estimulada com as melhorias implantadas.

Fonte: Ascom TJ-RO
 

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