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Política - Nacional

Temer sinaliza apoio ao golpe dentro do golpe


247 – Num dos trechos mais intrigantes de sua entrevista à RedeTV, Michel Temer deixou em aberto a possibilidade de esticar o seu mandato, caso "haja necessidade".

"Eu acho que já fiz o meu papel na cena política nacional. Então, acho que o espaço para outros que venham é muito útil. É essa a ideia que eu tenho hoje na minha cabeça. Eu só espero que as reformas dêem certo e que não haja necessidade de pedir para eu continuar", completou Temer.

Como ninguém quer que Temer continue, uma vez que 85% dos brasileiros exigem sua saída e a realização de diretas-já, Temer sinalizou às forças que deram o golpe de 2016 que poderia continuar se houver esse "pedido".

Essa declaração reforça a percepção de que está em curso um "golpe dentro do golpe", depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou instalar uma comissão, em regime de urgência, para avaliar a proposta de emenda constitucional que torna coincidentes as eleições para cargos majoritários – o que poderia cancelar a eleição de 2018, jogando-a para 2020 (saiba mais aqui).

Sobre a polêmica, o cientista político Luis Felipe Miguel, professor da Universidade de Brasília, fez um comentário pertinente, em seu Facebook:

Ontem mesmo, em entrevista à Rede TV!, Michel Temer soltou a seguinte frase: "Espero que as reformas deem certo e que não haja necessidade de pedirem para eu continuar" (http://www.redetv.uol.com.br/…/assista-a-integra-da-entrevi…). À parte o delírio, já típico dele, de se ver como homem providencial (quando está disputando a posição de governante mais impopular da história da humanidade), a frase revela a compreensão de que seu mandato usurpado não é fixado pelo prazo legal, mas pelo cumprimento de um determinado programa (no caso, remoção de direitos e aniquilamento da esquerda política). Essa é, aliás, uma característica de golpes "saneadores": sua ação corretiva nunca cabe no cronograma inicial e eles têm que se perpetuar. Foi o que aconteceu em 1964.

Os movimentos de Rodrigo Maia e de Michel Temer encontram eco nas manifestações de alguns setores das forças armadas e do judiciário. Combinam, também, com a revolta da direita radical com a soltura de José Dirceu, indício de que a "revolução" está se desvirtuando. Enfim, é confortável atribuir tudo à "paranoia" alheia, mas o cancelamento das eleições de 2018, com o consequente fechamento do regime, é uma das possibilidades no horizonte. Fingir que ela não existe não vai contribuir para afastá-la.

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