Silas Rondeau diz que denúncias contra ele não passam de mentiras

Maiá Menezes - Agência O Globo ASSUNÇÃO - A agenda do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, em Assunção, foi atropelada pela Operação Navalha. Ele interrompeu a participação em um seminário entre empresários brasileiros e paraguaios para dar explicações sobre as denúncias de que teria recebido R$ 100 mil da empresa Gautama. O ministro classificou as acusações de boatos e que "tomou todas as providências que um ministro tem que tomar em um momento como esse". Silas Rondeau, no entanto, afirmou que não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto. - É importante que se tenha em mente que não se deve julgar por boatos. O meu chefe de gabinete não é a pessoa supostamente envolvida no problema. O suposto assessor não é do ministerio. Nós tomamos todas as providências que um ministro tem que tomar em um momento desse. Esse assunto está sendo conduzido muito bem. Temos o ministro Tarso, o Paulo Sérgio, diretor da Polícia Federal. Não podemos nos basear em informações que surgem a cada momento. Ao ser informado de que havia, com a PF, provas de seu envolvimento no caso, o ministro foi enfático. Ele também negou ter no ministério algum funcionário chamado Sérgio Luiz Sá - um suposto servidor do ministério, que teria esse nome, foi preso na Operação Navalha. - Não há uma prova porque é uma mentira. Pode haver uma suposição. Eu não acredito que a PF tenha dito isso - disse o ministro, O ministro, que à noite saiu para jantar com a comitiva do presidente Lula, na residência oficial do presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, disse estar convicto de que a PF e o Ministério Público "elucidarão" a questão de seu suposto envolvimento no caso. Ele afirmou desconhecer a denúncia. - Desconheço essa informação (dos R$ 100 mil). Nós não podemos é fazer um julgamento em cima de uma pauta totalmente negativa. Para Silas, que nesta segunda-feira inaugura a operação de mais duas usinas em Foz do Iguaçu, as denúncias não passam de ilações que tentam nublar o pacote de medidas bem intencionadas do PAC - que, para ele, estão acima de qualquer denúncia. - Eu tenho absoluta certeza que essa é uma pauta negativa que se sobrepõe a uma questão maior, positiva do país. O PAC está muito acima de um secretário, um prefeito, um assessor ou quem quer que seja. O PAC está acima de qualquer ilação que venham focar para o lado negativo nesse momento do governo. Nitidamente desconfortável durante a tarde, o ministro assegurou que se sente à vontade no cargo. Mas lembrou que quem decide sobre a permanência de ministros é o presidente Lula. - Estou absolutamente à vontade (de continuar no governo). Até o momento em que o presidente, que é dono do cargo decidir sobre isso. Não tenho nada a temer em um processo como esse. Estou absolutamente convicto que não existe nada que venha a comprometer. Isso será provado na Justiça. Lula não falou sobre a situação do ministro. Preferiu dar uma força a Romário, que fez no domingo seu milésimo gol. Ao sair da reunião com os empresários, ligou para o jogador: - Acabou a angústia. Você é um exemplo para o Brasil - disse o presidente, pelo celular.

Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

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