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Política - Nacional

Ricardo Ismael, da PUC: Se reforma política não sair no primeiro ano, não sai mais


Hilda Badenes - Agência O Globo RIO - Após uma campanha conturbada - com direito a dossiê e segundo turno - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito neste domingo, terá que enfrentar de cara novos desafios pela frente. Na opinião de Ricardo Ismael, professor da PUC-RJ, a reforma política - tão esperada após os escândalos no Congresso - e o crescimento do país - atualmente na faixa de 2% - são dois pontos que serão cobrados e - Ele vai ser cobrado para que o Brasil cresça mais e pela reforma política. E medidas como essas, mais drásticas, têm que ser feitas no primeiro ano de governo, pois depois entra o calendário eleitoral - avalia. Ismael alerta que a reforma política não será uma tarefa fácil e que "se não for feita no primeiro ano, não sai mais". Para viabilizar sua discussão e aprovação, ele sugere uma pauta enxuta. - Haverá resistência, que é histórica. Não saiu até hoje porque há tendências conservadoras que estão se mantendo no poder graças às regras atuais. Se for uma discussão do que é melhor para mim ou para você, não sai. Deve-se fechar uma pauta mínima de consenso. O ponto fundamental é não perder o momento. Se não for feita no primeiro ano, não sai mais - analisa Ismael, ressaltando que a escolha do presidente da Câmara será peça-chave neste processo. - O presidente da Casa tem que ser mestre na capacidade de negociação e não aquele que passa o rolo compressor conforme a vontade do Planalto. Tem que sentar com os parlamentares e debater. E a relação com o Congresso, como fica? Segundo o professor da PUC-RJ, o novo governo petista encontrará mais dificuldades de compor maioria no Senado, uma vez que o PSDB já possui uma aliança com o PFL, que disputa com o PMDB a maior bancada da Casa. Já na Câmara, a situação da ala governista é mais confortável, na opinião de Ismael. O partido elegeu a segunda maior bancada da Casa, ficando atrás do PMDB. - Neste contexto, o PMDB será o fiel da balança tanto na Câmara quanto no Senado. E deve continuar a compor com o governo petista - aposta. De acordo com Ismael, a eleição de governadores de peso da oposição, como José Serra (SP) e Aécio Neves (Minas), exigirá do presidente Lula bastante habilidade política na relação com os estados. - No Centro-Oeste, Sul e Sudeste, Lula terá mais dificuldade pois além da força política, tem a força econômica dos estados. Ele vai precisar ter mais habilidade para lidar com os governadores e eventuais candidatos a presidente. Essa relação será baseada na força que tem no Norte e no Nordeste - avalia. O professor da PUC-RJ ressalta que o presidente Lula terá que dividir as atenções do seu novo governo com definições dentro do próprio partido - envolvido em escândalos éticos durante sua primeira gestão. - Existem lideranças que dão indicações de que o PT deveria perder a força concentrada em São Paulo e dar força às lideranças regionais que o processo eleitoral apontou - diz. Ismael lembra ainda que como não poderá ser candidato em 2010, o presidente deverá usar seu segundo mandato para dar visibilidade nacional a possíveis sucessores. - Lula terá que trabalhar nomes que poderão sucedê-lo nas próximas eleições, já que não pode se reeleger - afirma.

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