Quinta-feira, 9 de julho de 2009 - 07h16
Daniel Mello
Agência Brasil
São Paulo - A Revolução de 1932, em São Paulo, foi uma das etapas da luta pela democracia no Brasil, mas acabou caindo no esquecimento. A avaliação é do historiador Marco Villa, estudioso do movimento.
A luta dos paulistas contra o governo de exceção estabelecido por Getúlio Vargas, reaparece como um "momento importante da história política do país", com a criação, em 1997, do feriado estadual de 9 de julho, explicou Villa.
Nessa data, eclodiu em São Paulo a luta pela convocação de uma assembléia constituinte. Vargas governava desde 1930 em um regime revolucionário, com a Constituição revogada. Segundo o historiador, "esses valores de Constituição e democracia são uma espécie de tesouro de 32".
Alexandre Hecker, da Universidade Estadual de São Paulo, concorda que o movimento de 32 é "simbolicamente um marco na luta para conquistar um Estado de Direito".
Na avaliação do historiador, o movimento foi causado pela insatisfação da elite paulista e de parte da classe média com o governo estabelecido por Vargas. "O trabalhador aguardava uma reforma das relações trabalhistas, que viria com Getúlio Vargas", considerou.
Segundo Hecker, conflito armado decorrente da revolta desses setores da sociedade foi o mais importante no qual o país se envolveu no século 20, "ao lado da Segunda Guerra Mundial".
Além de reivindicar a elaboração de uma Constituição, a revolução foi "uma tentativa de retomada da importância que o estado de São Paulo tinha na República Velha".
Os acontecimentos de 32 ganham mais relevância se analisados no contexto do que se passava no mundo . Nos anos 30, diversos países, como Alemanha, Itália, Rússia e Portugal, viviam sob regimes ditatoriais. "Nós temos um país e uma conjuntura nos anos 30 marcada pelo autoritarismo e totalitarismo, e aqui nós estamos falando em democracia, voto e assembléia constituinte", ressaltou Marco Villa.
"A memória histórica muito frágil" do Brasil foi um dos motivos apontados por Villa como causadores do esquecimento da revolução. Outra razão seria o caráter de oposição do movimento ao presidente Getúlio Vargas, personagem consagrado no imaginário nacional por feitos como a criação da legislação trabalhista.
A apropriação da memória de 32 por "setores ultraconservadores da elite política paulista" na década de 40, com o objetivo de fortalecer um discurso "anti-varguista", consolidou essa situação.
Apesar de acabar derrotada em outubro do mesmo ano, vários ideais revolucionários foram incorporados nas eleições de 1933 e na Constituição elaborada em 1934. "Essa questão de você ter voto secreto, voto da mulher, uma assembléia constituinte,é acontecimento importante em um país marcado pela supressão das liberdades", destacou Villa.
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