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Política - Nacional

REVISTA ISTOÉ: O trator Marina chega ao PV e descobre vários problemas na legenda


 
Alan Rodrigues e Hugo Marques - Revista ISTOÉ


A senadora Marina Silva (AC) nem mesmo assinou a ficha de filiação ao Partido Verde - a festa está programada para o dia 30 - e já descobriu que tem mais coisas erradas na legenda do que divergências ideológicas ou problemas na direção partidária. O fato mais grave descoberto por Marina, dias depois de rasgar seu registro no PT, é a situação financeira do PV.

O partido corre o risco de perder, nos próximos dias, o direito à sua principal fonte de receita: o Fundo Partidário. Irregularidades nas prestações de contas dos últimos cinco anos poderão levar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cortar os R$ 7 milhões a que os verdes têm direito do repasse de dinheiro público. "Se isso acontecer será kafkiano", responde o presidente dos verdes, José Luiz Penna. Mas a situação não é tão absurda quanto os romances de Franz Kafka.

Os problemas são: falsificar notas fiscais, fraudar prestações de despesas e supostos desvios de recursos do partido para as contas pessoais de alguns de seus dirigentes. Na Justiça Eleitoral, as contas de 1998 foram reprovadas, as de 1999 e 2002 foram aprovadas com ressalvas e as de 2004 a 2007 estão sob suspeita. "Acho que o PV é mais problemático que a Marina, porque pagou um tributo às regras da política do Brasil e perdeu muito da sua qualidade inicial", diz o ministro da Cultura, Juca Ferreira, filiado ao PV.

Penna reconhece que aconteceram erros e os atribui a um grupo interno do partido. "É uma luta política que estamos enfrentando", diz. Marina sabe que não é só guerra política. É fraude. Entre os sete volumes do processo, os auditores identificaram varias notas fiscais frias, algumas emitidas até por empresas fantasmas. "A prestação de conta partidária é uma loucura.

O PV era muito relapso na contabilidade, estamos corrigindo", admite o vereador carioca Alfredo Sirkis. Foi constatado, por exemplo, que para as despesas com aluguéis de imóveis em 2005 o PV apresentou contrato de locação com data de 2008. "Aconteceram algumas besteiras. Teremos que pagar o preço da inexperiência", avalia Penna. Besteiras ou não, o certo é que Marina poderá constatar se é ou não possível manter a utopia política diante da realidade partidária. Ante essa realidade, as questões ideológicas ficaram menores.

Mesmo assim, a senadora, por meio de assessores ainda filiados ao PT, colocou na mesa as condições para sua entrada na legenda. Como um trator, Marina podou várias bandeiras do PV. A senadora é evangélica e deixou claro que não defenderá temas como o aborto, o uso de células-tronco para pesquisas e outros temas como a descriminalização da maconha. Marina quer que esses pontos, a partir de agora, sejam tratados como "cláusula de consciência".

Um eufemismo para dizer que ela irá posicionar-se politicamente como pensa e não por definição partidária. "Esse acordo resolve um problema de relacionamento", diz Sirkis. Marina quer mais do PV. Ela vai indicar dez pessoas para a direção nacional em um congresso que acontecerá em novembro. Esses "novos verdes" é que irão elaborar o programa para o PV. O primeiro ponto será um projeto de um Brasil sustentável para 20 anos.

O outro será definir a política para um governo de quatro anos. Na prática essa é a "refundação e ressignificação do Partido Verde", de que Marina tanto fala. "Estamos nos preparando para ser uma alternativa de poder", diz Penna. No "pacote Marina" inclui-se ainda o controle do partido, a saída do deputado José Sarney Filho (MA) da liderança na Câmara e o rompimento de alianças consideradas espúrias em alguns Estados. "Se o incômodo for cargos, tirem-se eles", diz Penna

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