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Política - Nacional

Relatórios mostram falhas no sistema de controle de tráfego aéreo


Agência O Globo RIO - Relatórios recentes escritos diariamente por controladores de tráfego aéreo obtidos pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, dois meses e meio depois que o avião da Gol se chocou com um Legacy, mostram que persistem problemas como sobrecarga de trabalho, falta de pessoal, de material e falhas constantes nos equipamentos. Os boletins são restritos a eventos acontecidos na área sob responsabilidade do Cindacta 1, que cobre o espaço aéreo mais movimentado do Brasil, num total de quase dois mil vôos diários sobre São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso e Brasília. Os documentos mostram que o programa de computador que os controladores usam altera aleatoriamente informações, como a altitude dos aviões. Essa falha teria acontecido com o Legacy. Um relatório do dia 23 de novembro apontou o problema em um vôo na rota Porto Alegre-Guarulhos. O avião, que estava no nível 340, teria trocado sozinha para o nível 360. O controlador poderia ter autorizado outro avião em sentido contrário, mas percebeu a troca e entrou em contato com o piloto do vôo Varig 2373 pelo rádio. - No histórico completo do Varig 2373, Fortaleza-Guarulhos, aparece o problema do software trocar o nível da aeronave. A aeronave está voando no nível 340, mas o sistema trocou para o nível 360 - explica um controlador. - As conseqüências são seríssimas. Por exemplo: o controlador pode autorizar em sentido contrário um outro tráfego no nível 340, ou seja 34 mil pés, já que para ele a informação do sistema está a 36 mil pés - complementa. Nesse dia, o controlador percebeu a troca, estranhou e entrou em contato com o piloto do vôo Varig 2373. Felizmente a freqüência de rádio estava funcionando. A sorte também tem que estar soprando a favor quando a tela do controlador inventa aviões que não existem. São os chamados alvos falsos. - A aeronave real está voando. Surge um novo alvo ao lado dessa aeronave real, que aparece do nada e elas continuam voando juntas. E o controlador tem que identificar que esse alvo é o falso - revela o controlador. No relatório do dia 10 de dezembro, estão registradas 28 duplicações de alvos ou multiplicações, quando o computador põe na tela mais de dois vôos com a mesma identificação. Num desses registros, o alvo falso acionou o sistema anticolisão e provocou um susto no controlador. O documento comprova que devido à quantidade de alvos falsos na visualização radar, são necessárias medidas restritivas pesadas, prejudicando o usuário e a aviação. Uma ocorrência bastante freqüente é a falta de pessoal. No dia 28 de abril deste ano, na região de Brasília, por 30 minutos um controlador teve 31 aviões sob sua responsabilidade, o dobro do máximo permitido. Como resultado, os operadores tiveram que impor medidas restritivas como o aumento do tempo de espera de aviões no solo, a redução da velocidade dos aviões em rota e a espera de aviões no ar, sobrevoando os aeroportos. Quatro controladores de vôo que trabalham em Brasília disseram que algumas vezes falta papel para a impressão de filipetas que reproduzem as informações dos radares. Elas funcionam como orientação para os controladores em caso de falhas nos equipamentos. Às vezes não há papel para imprimir as filipetas, que reproduzem as informações do radar. No caso de pane no equipamento, as filipetas, chamadas strip, são a única informação à disposição dos controladores. Esses relatórios são feitos para que os chefes dos controladores leiam e fiquem sabendo o que acontece nas salas em que o tráfego aéreo brasileiro é, ou deveria ser, controlado. - Os equipamentos, as falhas, as panes já acontecem ao longo de alguns anos. Eles já anunciavam uma crise, uma crise foi anunciada. E de lá pra cá a gente vem tentando conversar com o governo, mas o governo não quis ouvir - alerta o deputado Alberto Fraga, sub-relator da CPI do tráfego aéreo. Segundo o brigadeiro Ramón Borges Carneiro, vice-diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, quando um problema é relatado, logo a área técnica começa a tomar providências. - Não há porque dizer que estamos com problemas maiores. É que é impossível para qualquer sistema se manter 100% durante todo o período, 365 por ano, 24 horas por dia - justifica.

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