Para 90% dos brasileiros, velhice é negativa

Tatiana Farah - Agência O Globo SÃO PAULO - Para 90% dos brasileiros, a velhice é negativa e 60% associam velhice a doença e debilidade física. Este é um dos resultados da pesquisa "Idosos no Brasil: Vivências, Desafios e Expectativas na 3ª Idade", que ouviu 2.136 pessoas acima de 60 anos e 1.608 com idades entre 16 e 59 anos em 204 cidades brasileiras. Mas, enquanto a percepção da velhice é mais negativa do que positiva, a vivência dos idosos tem melhorado. De acordo com os entrevistados, 48% disseram sentir-se bem, contente ou feliz com sua idade. A pesquisa, realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC (Serviço Social Comércio) Nacional e Sesc SP, foi divulgada ontem, mostrando ainda que as melhoras notadas pelos idosos, como benefícios sociais e tecnologia em saúde e medicamentos, estão longe tirá-los de um cotidiano doloroso: 49% da população idosa brasileira é analfabeta; 35% dos idosos já sofreram maus tratos como ofensa, ironia, humilhação ou agressões físicas; dos idosos que participam da PEA (População Economicamente Ativa), que são 22%, sendo que 11% já aposentados, apenas 5% estão no mercado formal de trabalho. - Não existe uma política pública contra o analfabetismo do idoso, que é de 49% - disse o diretor regional do Sesc SP, Danilo Santos de Miranda, durante a apresentação da pesquisa, ao lado do parceiro Hamilton Pereira, presidente da Fundação Perseu Abramo. A fundação é do Partidos dos Trabalhadores. Gustavo Venturi, do Núcleo de Opinião Púbica da Perseu Abramo e responsável pela pesquisa, explicou que os dados colhidos com os idosos apontam para uma demanda pro programas de educação. De acordo com ele, 44% dos entrevistados gostariam de fazer algum curso, sendo que, entre os preferidos, estão os de educação formal (16%). O interesse da terceira idade também varia entre os cursos de informática (6%) e crochê (7%).

Quarta-feira, 19 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

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