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Política - Nacional

Pão deve ter preço reduzido em 4%, afirma presidente da Abitrigo


 
Danilo Macedo e Kelly Oliveira
Agência Brasil

Brasília - O preço do pão, um dos primeiros vilões a pressionar a alta dos preços e a elevação crescente da inflação, deve sofrer uma redução de 4% neste ano. A previsão é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Sérgio Amaral.

Segundo ele, os preços ainda não baixaram porque as medidas adotadas pelo governo, de desoneração tributária e a redução a zero da tarifa de importação - o que permitiu comprar o cereal proveniente dos Estados Unidos e do Canadá - ainda não produziram o efeito final para o consumidor.

Amaral afirmou que as padarias, quando as medidas foram anunciadas, trabalhavam com estoques, comprados a preços anteriores às mudanças. “Como resultado dessas medidas, a farinha de trigo baixou entre 10% e 12%. Os pães também estão baixando de preço”, disse.

O presidente da Abitrigo lembrou ainda que a produção brasileira de trigo está aumentando. Segundo dados divulgados hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção do cereal aumentou em 65,3%, em 2007, na comparação com o ano anterior, com um volume de 4,1 milhões de toneladas.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produção de trigo aumentou 71% na safra 2007/08, em comparação à anterior, com um volume de 3,8 milhões de toneladas. Para a próxima safra, que está no fim do plantio, a estimativa da Conab é de crescimento de mais 35%, atingindo 5,3 milhões de toneladas.

A quantidade, no entanto, não é suficiente para atender o consumo interno do grão, que é de 10,2 milhões de toneladas por ano. Entretanto, para Amaral, o Brasil não deve ter a preocupação de se tornar auto-suficiente na produção de trigo, mas sim, de melhorar a qualidade e a quantidade da produção.

"A idéia não é nos concentramos em termos auto-suficiência em todos os campos. Devemos nos concentrar naquilo que somos os melhores", opinou.

Amaral explicou a importância da importação de trigo pelo Brasil, que é garantir o abastecimento. "A Argentina, nesse momento, não tem a capacidade para exportar o que tinha prometido. Não podemos correr o risco do desabastecimento", observou. Por isso, o presidente da Abitrigo defende que se mantenha a redução das alíquotas de importação para permitir a compra do grão produzido em outros países.

O presidente da Abitrigo disse que a entidade quer que o governo mantenha a suspensão do adicional de frete para o Fundo de Renovação da Marinha Mercante, tributação retirada por um período de seis meses, até novembro.

"Seria bom que fosse mantido porque, se voltar, evidentemente vai ter um peso sobre os preços", afirmou. Amaral defendeu ainda que se avalie a possibilidade de reduzir o adicional do transporte de cabotagem, que é feito na costa brasileira. "Porque sai mais barato exportar trigo de Buenos Aires para o Ceará, do que vender o trigo do Rio Grande do Sul para o Ceará, porque o nosso transporte de cabotagem é muito caro", explicou.

Para ele, os benefícios previstos na Política Industrial para estimular a Marinha Mercante brasileira são suficientes, não sendo necessário o adicional de frete. "É muito razoável que se tire esse adicional de frete  porque ele só faz encarecer o comércio dentro do Brasil e, certamente, é uma fonte de inflação".

Nesta semana, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, criticou a eficiência da Marinha Mercante e a cobrança do adicional de 25% do frete no preço da importação.

Amaral lembrou que a alta do preço do trigo foi influenciada pelo mercado internacional e pelas incertezas em relação à importação do produto da Argentina. Atualmente, o Brasil depende das importações para abastecer o mercado interno.

Hoje (17), Amaral reuniu-se com os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, para pedir que as medidas de desoneração sejam mantidas. "E com isso, o setor quer dar uma contribuição ao esforço de todos para combater a inflação e para impedir que o pão volte a ter um outro aumento", argumentou.

Amaral também comentou sobre a decisão do Senado argentino de não aprovar projeto de lei que aumenta os impostos cobrados para exportação de grãos. "Isso mostra uma divisão grande no governo, mostra que continuará a haver uma grande incerteza do fornecimento de trigo pela Argentina ao Brasil. Quando não há previsibilidade no abastecimento, evidentemente há uma pressão sobre preços".

O presidente da Abitrigo disse ainda que o empresariado do setor está buscando uma integração da cadeia produtiva para "antever as dificuldades, tomar providências para evitar os problemas, aumentar a eficiência, reduzir preços e melhorar a qualidade dos produtos.”

 
 

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