Segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 - 06h06
O procurador-geral de Justiça de Brasília, Leonardo Bandarra, e a promotora Deborah Guerner, são investigados no inquérito da Operação Caixa de Pandora por suspeitas de corrupção. Elas foram levantadas por Durval Barbosa, o ex-secretário de Relações Institucionais do governador José Roberto Arruda. Bandarra e Deborah estão também no centro de uma surpreendente polêmica que ameaça minar a credibilidade da instituição.
A alta temperatura da crise no Ministério Público do Distrito Federal pode ser medida por e-mails que circularam na intranet da instituição. Os documentos trazem discussões, ameaças e ásperos pedidos de explicação. Em um dos e-mails, Deborah chega a manifestar o receio de vir a ser assassinada. Ela cobra de Bandarra resposta a um pedido de proteção a sua integridade física: “Se me assassinarem, será que vai jorrar fita de várias partes do mundo? Mas aí eu já morri”. As suspeitas contra Bandarra e Deborah foram levantadas por Durval Barbosa em um depoimento à Polícia Federal. Ele disse aos investigadores ter recebido, em 2007, a visita de Cláudia Marques, uma assessora do governador Arruda. No encontro, segundo Barbosa, Cláudia, falando em nome de Bandarra e de Deborah, teria pedido a ele ajuda para conseguir retirar de circulação da internet acusações contra os dois. Naquele ano, Roberto Kuppê, um jornalista de Brasília, publicara em seu blog que Deborah e Bandarra teriam favorecido empresas de coleta de lixo em contratos emergenciais com o governo do Distrito Federal. A Polícia Federal investiga se houve pagamento de propina de R$ 300 mil por mês para a renovação semestral desses contratos, que dependia de aval do Ministério Público. No depoimento à Polícia Federal, Barbosa disse também ter entregue a Cláudia Marques vídeos em que Arruda e assessores aparecem recebendo dinheiro. Segundo Barbosa, os vídeos teriam sido copiados na casa da promotora Deborah e repassados ao empresário Roberto Cortopassi, dono da WRJ Engenharia. Em 2007, Cortopassi e Deborah tiveram um vínculo. Ele e o marido da promotora, Jorge Guerner, prospectavam negócios juntos, inclusive em Angola. A empresa de Cortopassi tem uma dívida milionária com o Banco de Brasília (BRB), controlado pelo governo do Distrito Federal. Na versão de Barbosa, relatada à Polícia Federal, Cortopassi teria usado os vídeos recebidos por intermédio da promotora Deborah para chantagear Arruda em 2009 e obter a suspensão da cobrança de sua dívida pelo BRB. Barbosa levantou ainda suspeitas sobre um relacionamento promíscuo entre Deborah e o governo Arruda. Ele disse à Polícia Federal que comprou dois telefones celulares para uso exclusivo em conversas com a promotora. Nessas conversas, os dois recorriam a codinomes para dificultar a identificação. Barbosa era “Gabriel”, e Deborah “Rapunzel”. “Isso não faz o menor sentido”, diz Deborah ao desmentir a história do celular. Barbosa entregou seu celular à Polícia Federal para perícia. Com isso, espera comprovar a troca de telefonemas e mensagens com a promotora. Deborah nega também ter recebido os vídeos em que Arruda e assessores pegam dinheiro com Barbosa. As suspeitas levantadas por Barbosa abalaram o Ministério Público do Distrito Federal. Em 2 de dezembro, cinco dias depois da deflagração da Operação Caixa de Pandora, o procurador-geral Leonardo Bandarra divulgou na intranet do Ministério Público uma nota em que desqualifica as acusações de Barbosa. Disse que Barbosa é réu em várias ações penais e isso se deve, em boa parte, a seu empenho pessoal. Afirmou, ainda, que a Operação Caixa de Pandora só foi possível graças a duas investigações realizadas pelo Ministério Público sob seu comando. Bandarra também se desvincula da promotora Deborah. Ele afirmou que nunca deu autorização a Deborah e seu marido, Jorge Guerner, para falar ou tratar de assuntos em nome dele. A iniciativa de Bandarra deixou Deborah furiosa. Um dia após a nota do procurador-geral, ela divulgou na intranet um e-mail em que questiona Bandarra sobre se ele estaria dando crédito às acusações de Barbosa. Em uma afirmação que foi entendida por integrantes do Ministério Público como uma ameaça, Deborah disse que, se isso fosse verdade, não ficaria inerte: “Vai me deixar sozinha na banguela? Dessa vez, eu não vou ficar calada aguentando tudo sozinha como improba para não macular a sua honrada pessoa”.
Fonte: videVERSUS
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