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Política - Nacional

Lula reclama que imprensa às vezes não registra as coisas boas que ele faz


Agência O Globo Veja íntegra do que disse Lula em discurso em Hortolândia: "Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia de inauguração da unidade produtiva da EMS S/A Hortolândia-SP, 14 de maio de 2007 Permitam-me economizar na nominata cumprimentando o nosso querido Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara e, com isso, estarei cumprimentando todas as autoridades aqui presentes. Até porque, se a gente começar a repetir nome toda hora, a pessoa se sente no direito de ser candidato a alguma coisa nas próximas eleições. É bom a gente economizar. Mas eu queria dizer para vocês que vir a esta cidade cumprimentar o Carlos, cumprimentar sua mãe, cumprimentar a família do Carlos é uma coisa, eu diria, um pouco comovente. Eu acho que a dona Ana Sanchez, que teve a alegria de receber Getúlio Vargas em 1945 - certamente mais nova do que você está me recebendo hoje - e que não tem um maçarico para machucar o dedo como ela machucou, quando recebeu o Getúlio Vargas, no fundo, no fundo, vocês simbolizam a imagem que todo ser humano deveria perseguir. Ou seja, é impensável, do ponto de vista sociológico, do ponto de vista da lógica empresarial... Não é que seja impensável, é que pouca gente consegue chegar onde vocês chegaram, partindo de onde vocês partiram. Muitas vezes, a gente deposita a nossa confiança em quem a gente pensa que sabe mais que a gente. E todo mundo aqui sabe a angústia do Henry Ford quando, no começo do século passado, procurava os banqueiros para financiar o primeiro carro. A orientação que ele recebia dos assessores jurídicos dos bancos era: olha, não vai investir em carro, porque carro é uma coisa passageira, o que vai ficar definitivamente é o cavalo. Você imaginar um cidadão que chega em Santo André com 16 anos, na década de 40, monta uma pequena farmácia, lá na Rua Oratório, tem uma mulher que ajuda na repartição da comida que leva para casa trabalhando na Rhodia, cria os filhos e, poucos anos depois, essa família se torna proprietária do maior laboratório farmacêutico deste País, é uma coisa inusitada. E nós somos obrigados a dizer: queira Deus que as pessoas, em vez de terem inveja do crescimento de vocês, tenham orgulho e sigam os seus passos para chegar onde vocês chegaram. Às vezes tem muito disso, não é? As pessoas ficam dizendo: como é que eles cresceram? Por que eu não cresci? Olho gordo é uma desgraça. Inveja deveria ser uma palavra abolida do dicionário e deveria ser proibida, e quando alguém tivesse, dava um choque nele para lembrar que não se pode ter inveja. Eu acho que uma família que tem o sucesso que vocês tiveram em tão pouco tempo e que consegue adentrar num mercado tão difícil, no mercado europeu, que se transforma numa empresa importante no Brasil... Eu penso que se a sua mãe foi dona do laboratório, e eu, presidente da República, por que a gente não pode acreditar? Por que não ter fé nas coisas, acreditar e pensar cada vez maior, acreditar que no dia seguinte a gente vai conseguir fazer aquilo que não conseguiu fazer hoje? Eu acho que é esse mundo que de vez em quando a gente ouve falar: "porque o Lula é a síntese do sonho americano", o que eles querem dizer? Que o americano sonha em progredir e aqueles que progridem são a razão do sucesso. Aqui, no Brasil, muitas vezes, a gente sonha em progredir e os que progridem são taxados de tudo, ou seja, causam ciúmes, causam inveja. E eu acho, Carlos, que se eu não tivesse outra coisa para fazer aqui, só o fato de passar aqui e dar um abraço fervoroso - levanta aqui - e dizer: queira Deus que a gente tenha mais brasileiros como você e mais brasileiros como a sua mãe, já teria valido a pena. A nossa ministra interina da Saúde disse dos compromissos que nós temos na área da indústria de fármaco. Quando nós fizemos a Lei da Inovação Tecnológica, a indústria de fármaco era um dos nossos objetivos, ou seja, fazer com que o Brasil seja, efetivamente, competente. Na semana passada, quando nós tomamos uma atitude com o remédio Efavirenz, produzindo-o aqui no Brasil, não foi porque a gente estava querendo brigar, porque goste de brigar, foi porque a gente não achou justo a Tailândia pagar 0,60 centavos o comprimido e o Brasil pagar 1 dólar e 60 centavos. Nós não podemos ser tratados como se fôssemos um país de terceira categoria, que não é respeitado por um laboratório. Então, você que é médico, Hélio, sabe que nós fizemos apenas o que deveríamos ter feito já há algum tempo. Tentamos negociar, negociamos, não deu certo, e tomamos uma atitude. E nós vamos trabalhar, Carlos, para que a indústria farmacêutica brasileira seja uma indústria de ponta, até porque todos nós do governo concordamos com vocês, ou seja, nós não queremos ser apenas exportadores de commodities, nós queremos ser exportadores de conhecimento, ser exportadores da inteligência brasileira, que é capaz de produzir uma pessoa como você. Eu fico imaginando quantos países do mundo não têm orgulho de pegar uma família que vem lá da nossa querida Santo André, Perogini, desculpe-me, lá do nosso querido ABC - você vê que o ABC já era bom na década de 40, depois foi melhorando na década de 80. E fico feliz, viu, Carlos, fico feliz de você dizer: olha, as greves que nós fazíamos... em que, muitas vezes, hein, Albano Franco, éramos acusados de terroristas, de comunistas... Eu fico feliz de saber que aquele movimento produziu, na sua cabeça, uma definição de ser humano, de justiça, de prosperidade, de gente que acha que tem que melhorar a cada dia. Eu nem vou ler o meu discurso que fala da empresa, porque eu acho que o Carlos é a fotografia da empresa, a mãe dele é a alma desta empresa e eu só posso dizer para vocês, meus queridos... o Carlos reclamava de algumas coisas, reclamava, não. Ele dizia: "eu não tenho nada para reivindicar, Presidente, eu queria dizer que falta fazer algumas coisas." Eu falei: Carlos, coloca no papel, manda para o nosso Ministério da Saúde, manda para o nosso ministro de Ciência e Tecnologia, manda para o presidente da República e, quando você cobrar as coisas, lembre que está aqui o presidente da Câmara e que ele pode ajudar muito lá no Congresso Nacional. Então, eu penso que isso aqui é uma boa cumplicidade entre o governo brasileiro e as empresas brasileiras da indústria farmacêutica, para que a gente se transforme numa grande indústria nacional e mundial. Parabéns, Carlos, parabéns, dona Ana, e parabéns a todos vocês. Sobretudo, parabéns aos funcionários, porque devem ser funcionários de extrema qualidade. Se não fossem de extrema qualidade, possivelmente você não teria dado passos tão grandes como você deu. Que Deus abençoe todos nós e que o Brasil continue crescendo. Hoje, Miguel Jorge, é um dia especial para mim. Alguém haveria de perguntar "por que o Lula foi para Jundiaí, por que o Lula foi para Hortolândia inaugurar fábrica?" Normalmente, não é coisa de presidente inaugurar fábrica. Por que eu vim? Porque vocês são testemunhas de que há muito tempo não se inaugurava três fábricas simultaneamente nesta região do País e neste estado. E eu estou convencido de que o Brasil encontrou o caminho para se transformar, definitivamente, em uma grande economia; de que o Brasil encontrou o seu caminho para crescer; de que o Brasil encontrou o seu caminho para gerar empregos e para distribuir renda que, no fundo, no fundo, é o que todos nós queremos, é melhorar a vida de 190 milhões de brasileiros. Onde tiver a inauguração de uma fábrica, seja um frigorífico ou um laboratório, seja uma fábrica de produzir material de construção civil ou uma fábrica de automóveis, me convidem que eu estarei lá. E vou com prazer, porque lá a gente vê experiências bem-sucedidas, a gente vê, na cara dos funcionários, a alegria de um Brasil que, muitas vezes, a gente não lê, a gente não vê na televisão. O Brasil que está dando certo está por aí, a gente está vendo as coisas acontecerem, e elas vão acontecendo sem, às vezes, muita informação. O dado concreto é que nós estamos vivendo um momento mágico neste País. Se nós todos tivermos competência para não permitir que haja erro cometido por nós - e vocês estão lembrados do que eu dizia desde o primeiro ano de mandato: eu não tenho o direito de errar. Qualquer governante, neste País, pode errar. Terminou o governo, ele vai dar aula lá fora e fica três, quatro ou cinco anos. Eu não posso, eu tenho que ir para São Bernardo, Vicentinho, ficar ali, Carlos, pertinho de onde você tem a sua fábrica, a 600 metros do Sindicato, ouvir aquela peãozada gritar o dia inteiro na porta de fábrica, fazer passeata, fazer greve. Então, eu digo sempre o seguinte: nós temos que dar certo, porque o Brasil precisa dar certo. Nós já jogamos 500 oportunidades fora, quantas oportunidades nós já jogamos fora! Os que têm mais idade que eu aqui ou os da minha idade sabem quantas vezes nós fomos dormir com a esperança de que o Brasil estava maravilhoso e, no dia seguinte, o Brasil estava quebrado. Desta vez as coisas estão bem encaminhadas. Falta muita coisa para fazer, porque também são décadas e décadas de atraso, e recuperar isso vai precisar de um tempo. O dado concreto é que o alicerce está pronto. E eu fico mais feliz ainda quando percebo que, entre os tijolos desse alicerce, está a EMS do Brasil. Parabéns e obrigado!"

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