Agência O Globo
BRASÍLIA E RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apresentar nos próximos dias um levantamento de quanto cada estado será beneficiado, com recursos e obras, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A intenção é tentar sensibilizar os governadores e garantir o apoio deles às medidas do programa, que será lançado na segunda-feira. Lula afirmou que não vai mexer na Lei de Responsabilidade Fiscal e nem renegociar as dívidas dos estados com a União.
Preocupados com a reação dos governadores, integrantes do governo colocaram em campo uma operação política para explicar as medidas e mostrar aos dirigentes dos estados que eles não devem perder recursos.
Tarso Genro, coordenador da operação, disse na noite de quinta-feira que as desonerações previstas no programa não prejudicarão os estados. Segundo ele, as isenções serão para o futuro e não afetarão investimentos em andamento. Tarso já conversou com governadores aliados, como Jaques Wagner (BA), Eduardo Campos (PE) e Roberto Requião (PR), e da oposição, como Yeda Crusius (RS).
Na segunda-feira, antes do lançamento do programa, às 11h, serão feitas duas reuniões: uma às 9h, com os presidentes dos partidos da base aliada e o conselho político, e outra com os governadores. Depois disso, o programa será lançado numa cerimônia no Palácio do Planalto. As diretrizes serão explicadas pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Embora o pacote conte com a simpatia de governadores como Sérgio Cabral e Jaques Wagner, outros temem a redução das receitas de seus estados, que dependem de repasses federais, com as desonerações previstas no programa.
A reunião com governadores na segunda-feira, em Brasília, tem também o objetivo de traçar uma agenda de trabalho para discutir as reformas política e tributária.

Quarta-feira, 29 de novembro de 2023 | Porto Velho (RO)