Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Lorenzoni poderá manter crime de responsabilidade para juízes e promotores


Lorenzoni poderá manter crime de responsabilidade para juízes e promotores - Gente de Opinião

Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil

O relator da comissão especial que analisa o projeto de lei (PL 4850/16), que estabelece medidas contra a corrupção, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) , poderá manter no relatório a proposta de criação de crime de responsabilidade para membros do Judiciário e do Ministério Público. A informação foi repassada pelo presidente do colegiado, Joaquim Passarinho (PSD-PA).

A reunião da comissão, marcada para as 16h desta quarta-feira, teve os trabalhos prejudicados após a invasão do plenário da Câmara dos Deputados por manifestantes na tarde de hoje (16). Nova reunião foi convocada para amanhã (17), às 9h, horário que já estava pré-agendado. “A maioria dos deputados defende a medida e não vê razão para um tratamento diferenciado para magistrados e membros do MP. Não existe razão para que promotores e magistrados não sejam punidos se cometerem algum crime ou se venderem sentenças. A sociedade não aceita mais como única punição a aposentadoria deles”, disse Passarinho pouco depois de anunciar o cancelamento da reunião. 

De acordo com Passarinho, Lorenzoni deverá negociar com os integrantes do colegiado a manutenção da medida, mas buscará mecanismos para assegurar que, com a mudança, não haja retaliação a investigadores e juízes. O projeto, com a alteração, deve ser votado nesta quinta-feira (17).

Negociação

O relatório final foi apresentado na quarta-feira (9), com a previsão de crime de responsabilidade para promotores e juízes. Mas Lorenzoni anunciou que retiraria esta parte do texto após se reunir com integrantes do Ministério Público e da força tarefa da Operação Lava Jato, na segunda-feira (14).

Os procuradores argumentam que a medida pode vir a ser tornar uma espécie de camisa de força para promotores e juízes que poderiam se sentir constrangidos em levar adiante apuração de crimes complexos. “Um exemplo que colocamos é que, do jeito que a proposta estava, haveria a possibilidade de uma discussão exaltada em uma causa ser lida como uma queda de decoro e ser punida até com a demissão”, disse o coordenador da força tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol após a reunião. “Também existia a possibilidade de iniciativa por crime de responsabilidade por qualquer pessoa, o que inclui os investigados e que pode ensejar o mau uso deste instrumento”, acrescentou.

A proposta altera a Lei 1079/1950 que prevê a imputação de crime de responsabilidade apenas para o presidente da República e seus ministros, os ministros do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República e os governadores.

A medida não constava da proposta inicial apresentada pelo Ministério Público Federal, mas foi incorporada pelo relator no decorrer do trabalho do colegiado, que justificou a decisão a partir da constatação de que juízes e membros do Ministério Público se comportam como agentes políticos. “E mais indiscutível ainda é o protagonismo que tais funções passaram a exercer no cenário político brasileiro, um fenômeno cada dia maior e para o qual o ordenamento jurídico pátrio não está preparado”, escreveu Lorenzoni no relatório apresentado na última quarta-feira (9).

Na ocasião, o texto determinava que juízes poderiam responder por crime de responsabilidade, nos seguintes casos: alterar decisão ou voto já proferido (exceto se por recurso); julgar quando estiver impedido ou suspeito; exercer atividade político-partidária; proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções; exercer outra função ou atividade empresarial; receber custas ou participação em processo; manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento.

Até o momento, dois deputados apresentaram votos em separado: Félix Mendonça (PDT-BA) e Fausto Pinato (PP-SP). Mendonça pede a aprovação do relatório apresentado por Lorenzoni na última quarta-feira e que continha a inserção de crime de responsabilidade para juízes e integrantes do Ministério Público.

Pinato apresentou sugestões a alguns pontos do relatório e também lamentou a retirada dos crimes de responsabilidade, mas não apresentou nenhuma sugestão de retomada do texto.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 19 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater o Projeto de Lei 165/2022, que prop

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

Gente de Opinião Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)