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Política - Nacional

Jefferson Peres diz que não é preciso prova de propina para cassar mandato


Chico de Gois - Agência O Globo BRASÍLIA - Depois de ouvir as explicações do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) no Conselho de Ética do Senado, o relator do processo de cassação, Jefferson Peres (PDT-AM), disse que o depoimento não mudou em nada seu convencimento sobre o caso. Falando em tese, Jefferson Peres disse que o parlamentar pode ter quebrado o decoro sem necessariamente ter cometido um crime. - Não há uma prova cabal de que o senador Suassuna tenha recebido propina. Quanto a isso ele não precisava nem se defender. Não sei se há o que cassar (o mandato), mas não é preciso cometer um ilícito penal - afirmou o relator, que vai apresentar seu relatório na próxima quarta-feira. - Um parlamentar, por suas ações ou omissões, pode praticar quebra de decoro sem necessariamente praticar o ilícito - acrescentou. Suassuna é suspeito de ter recebido R$ 240 mil da máfia dos sanguessugas. Apesar da falta de provas concretas contra o senador, o relator ressaltou que também está sendo investigado seu comportamento como parlamentar. Peres defende que, se a CPI tem provas da participação de Suassuna deve encaminhar o relatório ao Ministério Público e à Polícia Federal. Na opinião do relator, quando o peemedebista soube que sua assinatura foi falsificada em documentos envolvendo recursos vultosos, deveria ter aberto imediatamente uma sindicância e até mesmo inquérito policial em relação ao assunto. - Cada um tem sua maneira de reagir. Não posso julgar os outros por mim. Eu teria imediatamente pedido a abertura de inquérito policial e não apenas o inquérito administrativo no Senado - ressaltou o relator. Em relação à negativa de Suassuna quanto a ter perguntado ao presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), se ele não sabia que "90% dos parlamentares tiram uma beirada das emendas ao Orçamento", Peres disse que é inútil fazer acareação entre os parlamentares porque ambos afirmaram com determinação e iriam reiterar o que disseram. - Alguém está mentindo. Ou o senador disse aquilo e está mentindo agora, ou o deputado Biscaia está inventando. Alguém está mentindo e é inútil fazer acareação. É a palavra de um senador contra a de um deputado. Uma acareação não esclareceria - observou.

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