Heliana Frazão - Allan Caldas - Agência O Globo
RIO - Responsável por uma das principais viradas nas eleições deste ano, o petista Jaques Wagner disse que os institutos de pesquisa precisarão agora explicar sua vitória em primeiro turno para o governo da Bahia. O candidato chegou ao pleito com cerca de 40% de intenções de voto, enquanto seu adversário, o governador Paulo Souto (PFL), era tido como favorito para vencer já neste domingo, sem necessidade de segundo turno. No fim da apuração, a situação se inverteu: Wagner teve 53% dos votos válidos, contra 42% do pefelista.
- Não quero fazer nenhum juízo de valor, mas os institutos vão ter que se explicar. Eles vão ter de dizer se estavam mentindo ou se estavam vendidos - disparou o petista tão logo foi confirmada sua vitória.
Na opinião do cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, do Instituto Brasileiro de Política Social, diferenças radicais entre as pesquisas na reta final e o resultado nas urnas podem ser reflexo de um cenário político marcado por denúncias e escândalos.
- Acredito que o eleitor, talvez levado pela descrença, deixou para decidir seu voto na última hora - opinou.
Dizendo-se 'muito feliz' com o triunfo, Jaques Wagner afirmou que sua eleição era também uma vitória do povo da Bahia. O petista atribuiu parte da responsabilidade por sua chegada ao Palácio da Ondina ao 'carinho que os baianos têm' pelo presidente Lula, candidato à reeleição.
- Pelo fato de nós dois trafegarmos numa mesma caminhada, defendermos um mesmo projeto de governo, que está em ascensão, e por sermos do mesmo partido - declarou.
Wagner também ironizou seu principal adversário na corrida eleitoral. Para ele, Paulo Souto, apoiado pelo senador Antônio Carlos Magalhães, está 'pagando o preço pela falta de ousadia ou de coragem de trilhar um caminho próprio'.
Abatido com a perda da eleição, Souto afirmou que 'na política, é preciso estar preparado tanto para as vitórias quanto para as derrotas'.Segunda-feira, 9 de setembro de 2024 | Porto Velho (RO)