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Infraero diz que avião caiu na vertical e diz ser 'difícil que haja sobreviventes'


Agência O Globo BRASÍLIA/RIO - O brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, informou em entrevista coletiva na manhã deste sábado que dificilmente serão encontrados sobreviventes entre os 155 passageiros e tripulantes do vôo 1907 da Gol, que levantou vôo às 15h35m de Manaus com destino ao Rio e escala em Brasília. Segundo o brigadeiro, as informações iniciais coletadas pela equipe da Força Aérea Brasileira (FAB) registram que os destroços do avião estão concentrados. Isso significa que o avião caiu na vertical (de bico no chão). Ele explicou que a quantidade de energia que se gera com um impacto desta magnitude é muito grande e é pouco provável que haja sobreviventes numa situação dessas: - Baseado na minha experiência, diria que é muito difícil alguém sobreviver com um impacto como este. Segundo a diretora da Anac Denise Abreu, que também participou da entrevista, o trabalho de resgate será difícil porque o local da queda é de mata densa, de difícil acesso. As equipes de resgate terão de descer por meio de cordas ou de pára-quedas, até que clareiras possam ser abertas. Segundo eles, as investigações sobre as causas do acidente devem durar cerca de três meses e que ainda não se sabe porque os radares não detectaram que duas aeronaves voavam tão próximos. O avião da Gol desaparecido desde a tarde de sexta-feira foi localizado pelos aviões da Força Aérea Brasileira a 200 quilômetros a sudeste do município de Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso, região de difícil acesso, no Alto Xingu. Os destroços estão dentro de uma fazenda chamada Jarinã. Funcionário da fazenda diz que moradores viram a aeronave perder altura. O espaço aéreo para sobrevôos e decolagens de aeronaves de todos os portes está fechado na região, o que inclui a pista da cidade de Matupá, perto do local em que o avião caiu. A assessoria de comunicação da Aeronáutica confirmou neste sábado que oito aeronaves - cinco aviões e três helicópteros - sobrevoaram a área onde desapereceu o Boeing 737-800 da Gol, próximo à Serra do Cachimbo, na divisa entre os estados do Pará e Mato Grosso. Dois dos aviões têm radares capazes de detectar sinais de calor e de rádio e, segundo a Aeronáutica, todas as bases estão em prontidão, prontas para enviar mais aviões, caso seja necessário. Sete funcionários da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), especialistas em investigação de acidentes, também foram enviados para o local. De acordo com a Anac, 200 pessoas estão na região onde o avião desapareceu e 100 militares participam efetivamente das buscas. Somente por volta das 2h deste sábado os parentes dos ocupantes do Boeing 737 da Gol Linhas Aéreas que desapareceu na noite desta sexta-feira tiveram acesso à lista oficial dos passageiros. Em seguida, a empresa pediu às pessoas que voltassem para suas casas, e avisou que novas informações seriam passadas a elas por telefone. O Boeing, com 149 passageiros e 6 tripulantes, desapareceu próximo à Serra do Cachimbo, na divisa entre os estados do Pará e Mato Grosso. O vôo 1907 da Gol seguia de Manaus para Brasília, onde faria escala antes de continuar viagem até o Rio de Janeiro. Em nota oficial, a empresa aérea informou que o último contato com o piloto ocorreu às 17h. Este foi o primeiro incidente grave da companhia. A Infraero informou que passageiros e tripulantes do Legacy - que colidiu com o da Gol e conseguiu fazer um pouso forçado - prestaram depoimento por cinco horas. São quatro estrangeiros e um brasileiro. Eles continuam à diposição da Justiça. A Anac, por sua vez, ainda trabalha com a hipótese de pouso forçado na mata e não de colisão, já que o próprio piloto do Legacy afirmou não ter certeza sobre o objeto com o qual teria colidido. As primeiras notícias informavam que houve uma colisão entre o avião e um jato Legacy, que voava em sentido contrário, a cerca de 11 mil metros de altitude. No início da madrugada, a Infraero divulgou nota oficial dizendo 'não ser possível afirmar se houve de fato uma colisão' entre as duas aeronaves. Logo depois, porém, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse que provavelmente houve sim o choque entre os dois aviões. - A colisão é provável, sim. As primeiras informações que temos, do piloto (do Legacy), é de que ele não viu o avião (da Gol) a tempo, depois ele viu apenas uma sombra, sentiu o choque e perdeu parte da asa. Ministro acredita que pode não ter havido explosão Mesmo com a ponta da asa e parte da cauda destruídas, o Legacy - um jato executivo de médio porte - fez um pouso de emergência no campo de provas Brigadeiro Velloso, na base da Força Aérea Brasileira na região de Alta Floresta, no Mato Grosso. No início da noite, a Infraero chegou a informar que foi o próprio piloto do Legacy quem comunicou à Gol sobre o possível acidente. Nenhum dos cinco passageiros - quatro americanos e um brasileiro - se feriu gravemente. A Embraer confirmou que o jato executivo Legacy 600, de série 965, foi fabricado pela empresa. O Esquadrão Pelicano mobilizou 20 homens e duas aeronaves. Um dos cinco equipamentos utilizados pela FAB é um avião de reconhecimento eletrônico, capaz de detectar a presença de metais e maquinários de uma aeronave acidentada. O ministro Waldir Pires mantém a esperança de que não tenha havido uma explosão na queda do Boeing: - Um dos aviões que faz a busca eletrônica leva equipamentos capazes de detectar todo o tipo de calor resultante de uma explosão. Esse avião já está há algum tempo sobrevoando a área e sua aparelhagem até agora não detectou energia térmica, o que significa que pode não ter havido explosão, e sim um pouso de emergência. Esta busca eletrônica continuará até raiar o dia, quando ficará mais fácil fazer uma busca visual - comentou o ministro. Segundo uma nota oficial distribuída pela Gol, o Boeing 737-800 desaparecido nesta sexta-feira foi adquirido há menos de um mês e tem apenas 200 horas de vôo. Em menos de seis anos de existência, a Gol já ocupa o segundo lugar no mercado brasileiro. Sete passageiros desembarcariam no Rio O vôo da Gol deixou Manaus às 13h30m, com chegada prevista no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim/Galeão, no Rio, às 20h15m. O avião levava 149 passageiros - sete dos quais desembarcariam no Rio - e seis tripulantes. Segundo informação não oficiais, o piloto da aeronave era o comandante Décio, que tinha mais de 10 mil horas de experiência. Nos aeroportos Eduardo Gomes, em Manaus, Juscelino Kubitschek, em Brasília, e Tom Jobim, os familiares e amigos dos passageiros do vôo foram encaminhados para salas reservadas da Infraero. O clima nos três aeroportos era de tensão e desespero. Os familiares dos passageiros podem usar o número 0800-2800749 para obter informações adicionais. A área onde o acidente deve ter acontecido é usada para testes militares e de topografia difícil, mas o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, afirmou que as autoridades que cuidam da aviação civil e do espaço aéreo nacionais mantêm a esperança de que os mais de 150 passageiros e tripulantes sejam encontrados vivos. - A área é de selva densa, um pouso forçado é sempre uma operação de alto risco. Mas, em aviação, coisas incríveis acontecem, então nós mantemos a esperança. Temos uma notícia de que um fazendeiro teria visto um avião voando bem baixo na região, isso nos dá um alento - afirmou José Carlos Pereira.

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