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Política - Nacional

Índios e fazendeiros retiraram R$ 28 milhões em madeira de reserva no Xingu


Anselmo Carvalho Pinto - Agência O Globo CUIABÁ - A união de índios da etnia trumai com madeireiros no norte de Mato Grosso resultou em uma das maiores devastações florestais já vistas dentro do Parque Indígena do Xingu, uma das áreas mais protegidas e preservadas do país. O Ministério Público Federal acredita que nos últimos dois anos lideranças trumais tenham permitido a extração do equivalente a R$ 28,16 milhões em madeira da reserva, principalmente itaúba. O esquema foi desmontado pela Operação Mapinguari, da Polícia Federal, Ibama e Ministério Público. O parque do Xingu tem cerca de 2,6 milhões de hectares. Acredita-se que para se promover o reflorestamento da área degradada, a União terá que gastar aproximadamente R$ 4,4 milhões. Para o procurador da República Mário Lúcio Avelar, que participa da investigação, não existe dúvida de que lideranças da etnia tenham participado ativamente do esquema. Mais do que aliciados, na opinião do procurador, os índios eram parte importante da quadrilha. Desencadeada anteontem, a operação saiu à caça de 47 pessoas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e Paraná. Até o final da tarde de ontem, 31 pessoas haviam sido presas. Entre os presos estão o cacique Ararapan Trumai e seu filho Maitê. A PF está tendo dificuldade de encontrar outros quatro índios acusados. Acredita-se que estejam escondidos dentro do parque. O procurador Mário Lúcio Avelar atua na defesa de índios na Procuradoria Regional da República em Mato Grosso. No ano retrasado, ordenou a prisão de dezenas de pessoas que teriam invadido a reserva indígena do Rio Pardo, onde vivem grupos isolados. - Pode ser que haja neste país algumas pessoas que defendam índios mais do que eu. Mas devem ser poucos - afirmou o procurador. Para Avelar, os índios trumais envolvidos na extração de madeira são imputáveis, já que estão perfeitamente integrados à cultura branca. - Estes índios votam, participam das decisões do país, são cientes de seus direitos e obrigações. Ao firmar contrato com homens brancos para a venda de madeira, eles mostram capacidade de comunicação e discernimento. Se fossem índios isolados, sem nenhuma capacidade, poderíamos considerá-los inimputáveis. Não é este o caso - explicou. Os índios trumais foram uma das últimas etnias a ocupar o Parque Nacional do Xingu. Sua população se resume a 140 indivíduos, divididos em quatro aldeias.

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