Sábado, 22 de março de 2008 - 11h32
Vladimir Platonow
Enviado especial
Tabatinga (AM) - Para quem deixou para trás praticamente tudo a fim de escapar da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e de grupos paramilitares, a fronteira Colômbia-Brasil é uma das saídas. Na cidade colombiana de Letícia, unida à brasileira Tabatinga (AM) por uma avenida, os deslocados encontraram na Igreja Católica o apoio necessário para recomeçar a vida.
O Brasil generosamente abriu as portas para dar o status de refugiado ao colombianos, devido à violência que se vive nesse país. Mas os deslocados são a parte mais vulnerável que temos nesta cidade. Ficam aqui, em trabalhos informais para viver, diz o padre Gonzalo Franco, pároco de Tabatinga, e coordenador da Pastoral da Mobilidade Humana do Alto Solimões.
Nascido na Colômbia, padre Gonzalo conhece de perto os efeitos devastadores que a guerrilha provocou em seu país. Diariamente, ele visita as obras de uma casa que está sendo construída somente para abrigar refugiados e deslocados, tanto colombianos vítimas da guerra, quanto peruanos que buscam novas oportunidades de vida.
Quando estiver pronta, a casa vai ter alojamento e escritório para receber os imigrantes. Os gastos, prevê padre Gonzalo, deverão ser divididos com os poderes públicos locais. Estamos fazendo parcerias com as prefeituras de Letícia, de Tabatinga e de municípios do Peru, para ajudar na manutenção da casa.
Do outro lado da fronteira, em Letícia, o trabalho com os refugiados e deslocados fica a cargo do padre Savalla. Para ele, o problema se resolve com três coisas básicas: Os deslocados necessitam de terra, casa e trabalho.
Aos 44 anos de idade, padre Savalla praticamente passou toda sua vida em um país em guerra. Mas ele faz questão de manter acesa a esperança de que, um dia, os deslocados vão poder retornar às suas casas. Alguns inclusive já retornaram com êxito, disse.
Perguntado se acredita que o fim do confronto está próximo, responde: As pessoas têm que amadurecer. A guerra não pode ser o pão de cada dia em nenhum país. Todas as partes têm que ceder. O governo tem que ceder, a sociedade civil tem que se fortalecer e o pensamento da esquerda tem que se reformar por dentro. Há outras alternativas diferentes das armas para responder a um Estado que abandonou o povo".
Sobre as Farc, ele diz que o grupo se desviou da ideologia inicial. Eles perderam o norte, abandonaram sua luta social e a trocaram por uma luta territorial pelo controle do narcotráfico. Por isso que em quase toda zona de combate tem sempre um carregamento de cocaína e um laboratório. Tem uma disputa territorial dos grupos guerrilheiros entre si. Grupos guerrilheiros com narcotraficantes e grupos guerrilheiros com os paramilitares. Eles têm em comum o narcotráfico.
Para ele, o Brasil tem um papel fundamental a desempenhar na pacificação da Colômbia. No Brasil há um equilíbrio entre a esquerda e a direita e, por isso, pode ser um país muito importante em um diálogo de paz. É um país no qual a guerrilha acredita e o governo também, disse.
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