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Política - Nacional

Holofotes foram lançados sobre os males e fraquezas da Igreja, diz Odilo Scherer



Nesta semana, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, em entrevista ao Jornal O São Paulo, [veículo da arquidiocese de São Paulo] voltou a falar sobre a intensificação de denúncias sobre possíveis abusos sexuais cometidos por membros da Igreja, como também sobre as insinuações de que a Santa Sé teria se omitido, em alguns casos, e protegido acusados.

Sobre o assunto, dom Odilo pediu senso crítico aos católicos e afirmou que a Igreja não nega, mas lamenta os casos de pedofilia envolvendo seus membros. “A Igreja não nega, mas lamenta imensamente os males causados a outros e a ela própria por membros dela. A Igreja não ensina a cometer crimes, não os aprova e não os acoberta e deixa claro que cada um deve responder pelos seus atos perante Deus e a lei dos homens também”.
Em citação a uma passagem do Evangelho, o cardeal convida os católicos a “separarem o joio do trigo”. Ele diz também que a aplicação de crimes a toda a Igreja não é justa, uma vez que os delitos foram praticados por alguns e não por todos. Com relação às acusações da imprensa, de que o papa foi omisso, o cardeal diz que as “notícias são forçadas e instrumentalizadas”.
Dom Odilo ressalta, porém, que é preciso reconhecer os defeitos da Igreja e corrigi-los, como bem manda o Evangelho. “Quando se apontam ‘defeitos’ na Igreja, ou nos seus membros, é porque se esperam dela e de cada um de seus membros comportamentos e atitudes que deixem claros e perceptíveis os altos valores e ideais que ela prega e nos quais ela crê. E isso também nos foi recomendado pelo próprio Jesus: ‘brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles, vendo vossas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos céus (Mt, 5, 16)’. “Isso é missão e tarefa de todos nós”, completou o cardeal”.
Segundo dom Odilo, quando um membro vai bem o corpo também vai, mas quando pelo menos um membro vai mal, todo o corpo sente. O cardeal afirma que o que é divulgado hoje sobre os casos de pedofilia na Igreja tem tudo a ver com esse trocadilho. Para ele, os holofotes da imprensa foram lançados sobre todos os males e fraquezas da Igreja, como se toda a Igreja estivesse mergulhada em crise. “Pena que se prefere lançar todos os faróis sobre os males e fraquezas existentes na Igreja. Toda pessoa bem intencionada sabe que não é assim. É preciso distinguir, e não lançar indevidamente os comportamentos reprováveis de alguns membros da Igreja a toda a Igreja. Tenho a impressão, infelizmente, que também existe uma ação orquestrada para, de modo forçado, responsabilizar pessoalmente o papa por todos os males. É injusto, lamentável e causa muita dor”. Sobre a reportagem da Revista Isto É da semana passada, que afirmou que a Santa Sé está treinando exorcistas por atribuir os escândalos sexuais à possessão demoníaca, dom Odilo respondeu.

“A reportagem citada é sensacionalista. Embora a Igreja nunca tenha deixado de ensinar que o demônio existe e é um ser pessoal, e não um ‘energia negativa’, e tenha sempre mantido o rito de exorcismos não tenho nenhum conhecimento de alguma recomendação especial do papa para que, agora, se intensifiquem exorcismos na Igreja, nem que os exorcismos resolveriam o problema dos escândalos sexuais de alguns membros do clero. Isso é ridículo. O que resolve mesmo é a conversão da vida e levar novamente a sério os mandamentos da Lei de Deus, os preceitos morais decorrentes do Evangelho de Cristo e da lei natural. E isso é muito mais urgente que treinar exorcistas. Por falar nisso, já reparou que, antes do Natal e Páscoa, costumam aparecer reportagens ‘de fundo’ sobre religião e cristianismo? Geralmente são de cunho bastante sensacionalista e servem apenas para desviar as atenções do conteúdo central da nossa fé e da pregação da Igreja. Não devemos deixar-nos levar por essa ‘marquetização’ da religião e da nossa fé. Nossa tarefa é promover com coragem e intensidade o anúncio da verdade e a formação das consciências à luz da verdade da Palavra de Deus e na retidão da lei moral”.

Fonte: CNBB

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