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FSM 2009: Boff defende modelos econômicos diferentes para cada região


FSM 2009: Boff defende modelos econômicos diferentes para cada região  - Gente de Opinião 
Juliana Cézar Nunes
Agência Brasil

Belém - Na semana que antecede o 9º Fórum Social Mundial, em Belém (PA), um dos idealizadores do encontro tem atraído as atenções de militantes e jornalistas que já chegaram para os eventos paralelos. O teólogo Leonardo Boff, que participa do 3º Fórum Mundial de Teologia e Libertação, caminha sempre acompanhado por curiosos e seguidores, que pedem autógrafos e fotos. A cada palestra, muitos aplausos e emoção.

Boff acredita que o Fórum Social Mundial ocorre este ano em um momento especial, no qual ficou comprovado o fracasso do sistema neoliberal e em que a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos mostra que outro mundo é efetivamente possível.

“Precisamos buscar saída na economia plural”, alerta o teólogo, para quem a nova economia vai se opor ao globalismo e será cada vez mais ligada à produção regional e à reciclagem de materiais.

“Cada região precisa de um modelo econômico diferente. A Amazônia é uma delas. Chico Mendes queria o desenvolvimento da Amazônia, mas baseado no extrativismo.”

Para Boff, durante o Fórum Social Mundial, o Brasil terá que reduzir o nível de “arrogância” e aceitar que outras organizações e países opinem na construção de um plano para o futuro da Amazônia.

“Mais importante agora é que o governo brasileiro aproveite o fórum para retomar o diálogo com os movimentos sociais, com as comunidades indígenas e tradicionais. O governo precisa ouvir as críticas sobre as grandes obras, como hidrelétricas e a transposição do São Francisco. São os ribeirinhos e os indígenas que sabem o que prejudica a Amazônia, o Cerrado e a natureza como um todo.”

Aos 70 anos, Leonardo Boff foi um dos idealizadores da Teologia da Libertação, que entre as décadas de 60 e 70 estimulou a ação de religiosos em defesa dos pobres. Críticas à Igreja e a defesa da visão política marxista foram utilizadas como justificativa para a expulsão de Boff da Ordem Franciscana, em 1992, em um processo escrito pelo atual papa, Joseph Ratzinger, então responsável pela Congregação da Doutrina e da Fé.

“Ele mantém a linha teológica, mantém a Igreja voltada para si mesma”, critica o teólogo brasileiro. “Ratzinger persiste em um projeto pastoral voltado para evangelizar a Europa e dar um rosto cristão ao processo de globalização. Precisamos reduzir os abismos com outras religiões e culturas, em vez de acentuá-los.”

Para Boff, os teólogos da libertação têm o desafio hoje de perceber que não apenas os pobres são oprimidos e precisam de ajuda, mas a Terra como um todo. “As crises fazem com que os seres humanos se articulem para enfrentar as crises. E precisamos nos unir sob a perspectiva da fé e da sacralidade da vida.”

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