— Pela apuração que fizemos até agora, o lucro com as fraudes superou os R$ 6 milhões. Isso já podemos dizer — adianta Alcindo Luz Bastos Filho, promotor da área de Defesa do Consumidor.
Número de denunciados chega a 15 e poderá aumentar, diz MP
Com os depoimentos e análises de documentos apreendidos durante a operação da semana passada, a quantidade de suspeitos envolvidos na adulteração do leite cru a serem denunciados já chega a 15. Conforme o promotor Mauro Rockenbach, o número pode aumentar nos próximos dias.
— Estamos analisando a participação de familiares de envolvidos na adulteração, pessoas que participavam da adição do produto ou faziam a compra da ureia. Como temos suspeitos presos, em dois casos precisamos encaminhar rapidamente a denúncia — afirma.
Ainda de acordo com Rockenbach, o MP irá pedir a prisão temporária de outros investigados.
— Nesta semana, irei apresentar a denúncia dos réus que já foram presos. A partir da próxima semana , iremos pedir novas prisões. Estamos montando o quebra-cabeças da operação — explica.
E a Promotoria de Defesa do Consumidor do MP pedirá o bloqueio dos bens dos envolvidos na adulteração do leite cru. Com isso, o promotor Alcindo pretende garantir, no futuro, o pagamento de eventuais multas decorrentes das ações a serem ajuizadas.
— Vamos terminar de ouvir algumas pessoas e vamos ingressar com as ações. O valor da multa será repassado ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor — explicou.
Quanto às indústrias, o caminho deve mesmo passar por um acordo. A ação judicial está praticamente descartada. Com o termo de ajustamento de conduta (TAC), o promotor pretende estabelecer regras mais rigorosas de controle das empresas sobre a cadeia do leite. As indústrias terão de aumentar a fiscalização sobre os transportadores e ampliar o número de análises.
— Será fixada ainda uma multa pelo prejuízo que possa ter sido causado por uma fiscalização falha. O TAC vai prever multas também em caso de descumprimento — explica Alcindo.