Domingo, 11 de setembro de 2016 - 14h08

Por Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça
A semana que passou foi seguramente das mais tristes em minha vida de 57 anos.
Comparo à tristeza do falecimento de um pai maravilhoso que tive, do falecimento de minha amorosa mãe que tanto me ensinou, à prisão injusta e infame de José Genoíno, um dos mais consequentes, consistentes, coerentes e honestos políticos que conheci na minha vida e à perda da confiança que depositei no atual procurador-geral da república, que mostrou não ter o tamanho e a coragem que pensei que tivesse quando movi montanhas para auxiliar em sua indicação.
A cassação ignóbil do mandato popular de Dilma à traição, para satisfazer a ganância, a ambição desmedida e o ódio pelo que ela e seu governo significam para uma corja de politiqueiros desqualificados lembra-me a paixão de Cristo, traído por seu discípulo por dinheiro, entregue ao ódio de Caifás, o sumo sacerdote de Jerusalém, e deixado à própria sorte por Pôncio Pilatos, que o fez crucificar ao lado de bandidos.
Nos dias atuais, é o STF e o PGR que assumem o papel de Pilatos. Não mexeram um dedo para poupar uma pessoa que sabiam inocente, honesta, corajosa e sem qualquer compromisso com a bandidagem que diariamente a chantageava.
Pelo contrário: praticaram verdadeiro populismo judicial ao manejarem um inquérito fajuto por obstrução de justiça contra si às vésperas da votação da admissibilidade do processo pelo senado, para misturá-la aos bandidos aos quais nunca deu trégua como governante.
No governo, vi como usavam vazamentos de depoimentos que comprometiam a governabilidade, muitos sem qualquer substância jurídica. Vazamentos seletivos, em momentos calculados, que só se destinavam a colocar gasolina na fogueira.
Depois, quando houve um "descontrole" do noticiário alimentado pelos vazamentos seletivos a atingir atores do outro lado do rio, passou a haver a indignação seletiva de quem antes aplaudia vazamentos contra inimigos.
Finalmente, ao se dar o nefasto resultado da condenação da presidenta, com a esperta exclusão da pena de perda dos direitos políticos, passou-se a urdir a seletividade da aplicação da doutrina já previamente estabelecida na obra dos algozes de Dilma...
Isso, definitivamente, não é justiça, é um circo, um show do ratinho para animar os canalhas e os que são providos de dois ou menos neurônios apenas.
Mas domingo o sol voltou a raiar entre as espessas nuvens. A manifestação de mais de 100.000 cidadãos corajosos que não se deixaram intimidar pelo aparato golpista alimentou-me com a esperança por dias melhores.
Como disse Dilma ao se despedir por ora, VOLTAREMOS. E não esperem os mesmos erros. Aprendemos que conchavo com o inimigo de classe só pode levar a isso: traição, descompromisso com a causa pública e pilhagem do patrimônio que é de todos nós.
Não haverá perdão aos omissos e aos traidores, a história será severa em seu julgamento que começa agora. Serão reconhecidos, sim, os que lutaram e resistiram sem pensar na causa própria, os que se imolaram pela democracia.
E cabe a cada um de nós zelar com carinho e honestidade por essa narrativa, que não é nossa, mas do povo brasileiro, que teve seu voto pisoteado com sapatos Salamander e Gucci de políticos corruptos, como em 1964 pisotearam-nos com os coturnos de militares feitos instrumentos dessa mesma casa grande.
Avante Brasil, perdemos uma batalha, mas não a Guerra e eles terão seu Estalingrado mais cedo ou mais tarde, porque somos muitos e temos a vontade de projetar este País à posição das grandes nações do mundo e não reduzi-lo a um anão feito marionete dos grandes.
(Postado por Emanoel Messias, que admira a lealdade, sabedoria, honestidade e coragem do autor)
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