Quinta-feira, 6 de março de 2008 - 17h00
Marcela Barrozo
A divulgação do relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) sobre as novas rotas do tráfico de drogas no Brasil e no mundo jogou luz sobre a questão nos limites e fronteiras acreanos. No relatório consta que o Brasil faz parte de uma nova porta de saída da cocaína para a Europa, via África Ocidental. Cerca de 25% do consumo europeu já é alimentado por essa rota.
“O Peru é o segundo maior produtor de cocaína e está justamente onde a Polícia Rodoviária Federal não atua aqui no Estado - na fronteira com o Vale do Juruá”, comenta o inspetor Silveira, alertando ainda para a vulnerabilidade da Estrada do Pacífico, que também será desprovida de agentes de fiscalização do órgão, que só atuam na BR-317. “Pela desgraça em que vivem os índios dessa localidade, não preciso nem ser adivinho para afirmar que logo eles serão cooptados pelos traficantes”, declarou.
É mais do que sabido que o Estado faz fronteira com dois dos três países maiores produtores de cocaína - Peru e Bolívia, segundo e terceiro, respectivamente, sendo o primeiro a Colômbia - e que a apreensão de pasta-base só vem aumentando nos últimos anos.
Consumo doméstico diminui, mas rota acreana está em alta
De acordo com Silveira, o Acre tem sido cada vez mais usado como rota alternativa para o transporte de pasta-base de cocaína para os estados do Centro-Oeste (como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) que também fazem fronteira com a Bolívia, onde a fiscalização está ainda mais rigorosa.
Em virtude disso, a cada ano que passa, o número de apreensões tem se elevado. Em 2006, em torno de 600 quilos de pasta-base foram confiscados contra 811 quilos no ano passado, somando-se os estados do Acre e Rondônia, segundo informou inspetor Alvino Rodrigues, chefe da Seção de Policiamento e Fiscalização da PRF em Rondônia.
A carga das mulas - “Notamos que o consumo doméstico não aumentou. Porém, o que aumentou foi a cooptação de pessoas, principalmente jovens, para servir de ‘mulas’ (pessoas que transportam drogas no corpo)”, afirmou Silveira.
Somente no ano passado, comenta o inspetor, foram mandadas 80 pessoas para o presídio, no Acre, por tráfico de drogas. A maioria eram mulas. A idéia, ele explica, é transportar drogas em pequenas quantidades para Rondônia, por exemplo, e de lá, juntá-las em grandes quantidades para envio ao destino final.
O êxito no trabalho da PRF se deve à ação conjunta do setor de inteligência e pela larga experiência do policiamento nas estradas. Já na abordagem e entrevista, os agentes conseguem detectar o transporte de entorpecentes, muitas vezes sem precisar de auxílio da investigação.
Pasta-base - Segundo Alvino, o que é contrabandeado é a pasta-base de cocaína - a matéria-prima, por assim dizer - e não a cocaína propriamente dita. Para se ter uma idéia, 50 quilos de pasta-base produzem 250 quilos de cocaína processada. “Dá para imaginar a quantidade de pessoas que não serão atingidas por toda essa droga que seria produzida”, conjeturou o chefe de fiscalização de Rondônia.
Fonte: Jornal Página 20 do Estado do acre
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