Segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016 - 07h02

Sinodalidade. Este foi um dos temas de estudo do Grupo de Assessores (GA) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que esteve reunido em Brasília, nos dias 24 e 25 de fevereiro. A reflexão foi apresentada pelo arcebispo de Brasília e presidente da Conferência, dom Sergio da Rocha.
Na oportunidade, o arcebispo explicou que o Sínodo é um “instrumento para realizar a colegialidade, a comunhão eclesial”. Ao recordar o último Sínodo sobre a Família, ressaltou a consulta feita ao povo de Deus, referindo-se ao questionário enviado às dioceses do mundo e que abordava os desafios da família no mundo contemporâneo. Segundo dom Sergio, o papa Francisco afirma que a sinodalide aconteceu efetivamente neste Sínodo porque ele consultou o povo de Deus. “Não é só a presença de pessoas que representam leigos (as), religiosos (as) e irmãos de outras denominações, mas o fato de ter sido um processo, um caminho”. Segundo dom Sergio, “escutar a Igreja levou o Sínodo a expressar uma sinodalidade”.

O presidente da CNBB retomou o discurso do papa Francisco por ocasião da comemoração do cinquentenário do Sínodo dos Bispos, proferido no dia 17 de outubro de 2015. Dom Sergio chamou a atenção para o trecho: “Uma Igreja sinodal é uma Igreja da escuta, ciente de que escutar ‘é mais do que ouvir’. É uma escuta recíproca, onde cada um tem algo a aprender. Povo fiel, Colégio Episcopal, Bispo de Roma: cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o ‘Espírito da verdade’ (Jo 14, 17), para conhecer aquilo que Ele ‘diz às Igrejas’ (Ap 2,7)”.
Segundo o arcebispo, a escuta da qual fala Francisco tem a ver com o “aprender com o outro”. “Eu escuto para junto com o outro discernir o que é melhor. A escuta fundamental é a do Espírito Santo. O papa dizia que só seremos capazes de escutar um ao outro se escutarmos o Espírito Santo”, destacou.
A reunião do Grupo de Assessores foi antecedida por um retiro, ocorrido na Vila Champagnat, próximo a Brazlândia (DF), do dia 22 a 24 de fevereiro. O momento espiritual foi conduzido pelo bispo auxiliar de Salvador (BA) e secretário geral do regional Nordeste 3, dom Gilson Andrade, que falou sobre o tema da Misericórdia.

Durante as reflexões, dom Gilson citou trecho do livro de Isaías 49, 15-16. “Um dos textos do Antigo Testamento que busca mostrar o rosto bondoso de Deus”, explicou. Conforme o bispo, nele Javé aparece como o Deus da ternura, o Deus da bondade. “Deus ama com as entranhas, como uma mulher é capaz de amar seu filho", disse.
Dom Gilson questionou os presentes sobre o que define a vida de cada um, não somente nas situações dramáticas ou nos desafios que precisam ser enfrentados. Para o bispo, esta definição da vida se dá por meio do "amor recebido do Pai, graças a Jesus Cristo”. Citou como exemplo o próprio Cristo. “No período da Quaresma, recordamos tantas vezes a trajetória de Jesus Cristo. No Evangelho de Lucas fica clara a perspectiva de Cristo que vai a Jerusalém ao encontro da morte. O que animava Cristo? Eu penso que era a consciência de ser amado. Jesus ouviu que ele era o filho bem-amado”, pontuou. Para dom Gilson, o papa Francisco, ao decidir que este ano seria dedicado à Misericórdia, pensava sobre a necessidade que todos têm de ser amados.
O bispo acrescentou que “a misericórdia é uma experiência de amor que perdoa e que se doa”. “Trata-se de um caminho que não está muito ao nosso alcance. Como o pai do filho pródigo, que tirou os olhos de sua própria ferida, aquela que o outro me fez, para olhar o sofrimento do outro; consentir com não remoer indefinidamente seu próprio sofrimento, mas habitar o sofrimento daquele mesmo que o provocou", complementou.
Ao abordar as parábolas do Bom Samaritano e do Filho Pródigo, dom Gilson recordou que a misericórdia “nunca humilha a pessoa”. Tem a ver com a dignidade humana. “Este tema está profundamente relacionado às imagens de Deus. É um caminho para Deus. Na parábola do Filho Pródigo, o pai não somente dá o pão, mas oferece a dignidade. O pai vai além da ferida que o filho lhe causou”, disse.
Para os assessores da CNBB o retiro foi um momento de descanso e de aprofundamento sobre o tema da misericórdia. “Uma das coisas que para mim e para o grupo todo ficou é que a CNBB deveria se tornar um ‘oásis de misericórdia’ entre assessores, colaboradores, bispos e todas as pessoas“, expressou a assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, irmã Maria Irene Lopes dos Santos.

O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, padre Antonio Marcos Depizzoli, considerou o encontro uma oportunidade para aprofundamento da temática proposta por meio de “um caminho de meditação, de reflexão com a palavra de Deus”. Para ele, a orientação de dom Gilson foi “muito feliz” em fazer o percurso de reflexões, iniciado na segunda-feira pela manhã e concluído na quarta-feira à tarde. “Ele soube construir um caminho, utilizando a Sagrada Escritura, dando ênfase de um modo muito especial às parábolas da misericórdia. Então ajudou a todos. A avaliação foi muito positiva. De modo geral, conseguimos mesmo fazer um momento de especial encontro com o olhar misericórdia do Pai e isso, com certeza, foi bastante determinante na vida de cada um de nós”, afirmou.
Padre Marcos destacou a dinâmica própria da CNBB no modo como organiza as atividades, o que favorece a vivência da pastoral de conjunto. “Cada um tem sua comissão, trabalha na comissão de modo bem específico, mas há essas oportunidades, nas quais a gente pode sentir a pastoral de conjunto, a pastoral orgânica. Então, o grande objetivo desse tempo é colocar realmente cada assessor ao lado um do outro para a gente sentir e fazer esse processo de fraternidade, de trabalho conjunto, de pastoral orgânica, seja na dimensão espiritual, como fizermos e vivemos esse momento bem comunitário do retiro e, agora, discutindo questões muito práticas”, analisou.
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