Brasil perde entre 140 mil e 160 mil pessoas com curso superior por ano

Agência O Globo RIO - Profissionais que conseguem investir em estudo e se qualificar, no Brasil, acabam buscando remuneração melhor no exterior. Isso é o que mostra o estudo "Desemprego estrutural no Brasil e anomalia da fuga de cérebros", do economista Marcio Pochmann, do Centro de Estudos de Economia Sindical e do Trabalho (Cesit) da Unicamp. Em reportagem do jornal "O Globo" deste domingo, Pochmann diz que deve haver entre 140 mil e 160 mil brasileiros com curso superior, completo ou incompleto, que emigraram a cada ano nesta primeira metade da década para trabalhar ou estudar. Um estudo anterior do Banco Mundial já havia comprovado a migração de mão de obra especializada de países subdesenvolvidos para os desenvolvidos, estimando que de 25% a 50% dos cidadãos com diploma de nível superior de nações como Gana, Moçambique e Quênia vivem em algum país da OCDE. No caso de Haiti e Jamaica, a proporção de universitários que emigraram passa de 80%. No caso do Brasil, este número é de 5%. Para Pochmann, isso seria resultado do atual modelo econômico, que privilegiaria a produção de bens primários e levaria a uma baixa inserção do Brasil na área tecnológica.

Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

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