Sexta-feira, 26 de setembro de 2025 - 08h45
O Ministério Público Federal
(MPF) realizou uma inspeção no Real Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques
(RO). O objetivo foi verificar o estado de conservação da edificação histórica,
identificar necessidades urgentes de intervenção e dialogar com a comunidade
quilombola das redondezas.
A visita foi conduzida pelo
procurador da República Gabriel de Amorim Silva Ferreira, acompanhado por
servidores do MPF, para verificar o cumprimento de uma sentença que determinou
medidas de conservação do Forte. O relatório de visitação concluiu que, apesar
de o exterior da construção se encontrar em relativo bom estado, o interior das
ruínas apresenta deterioração avançada. As paredes estão atualmente escoradas
por madeiras, solução classificada como provisória e insuficiente. Para o MPF,
são necessárias reformas estruturais significativas para garantir a preservação
do bem tombado.
Potencial
turístico e vínculo comunitário – O Real Forte Príncipe da Beira recebe cerca
de 500 visitantes por mês, evidenciando seu potencial turístico. A comunidade
quilombola local, que se considera descendente dos escravizados que construíram
o forte, reforçou ao MPF seu interesse em seguir atuando como guia turística,
mantendo viva a memória histórica e ampliando oportunidades de geração de renda
na região.
Ações
de preservação –
Durante a inspeção, o Exército Brasileiro relatou medidas de manutenção já em
curso, como corte de vegetação e manutenção das escoras de sustentação. O
relatório do MPF reconhece que a presença do pelotão ao lado da construção tem
sido decisiva para sua conservação.
Também foi constatada a
instalação de máquinas no interior do forte que emitem sons agudos para
espantar morcegos. Embora a medida seja eficaz internamente, os animais
continuam habitando fendas externas, ainda que em menor número.
Ampliação
da investigação – A
inspeção incluiu, ainda, visitas a outros sítios históricos da região, como as
ruínas do antigo forno e do paiol, os petróglifos no leito do Rio Guaporé, o
Forte Conceição (conhecido como “Fortinho”), além de ruínas supostamente
pré-colombianas, popularmente chamadas de “Labirinto”.
Diante do estado de conservação
precário do Forte Príncipe da Beira e do conjunto de sítios históricos
associados, o MPF considera necessária a ampliação da investigação para
acompanhar as medidas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) voltadas à preservação desses locais.
Sentença
determina preservação – A
necessidade de intervenções estruturais mais amplas já havia sido reconhecida
judicialmente, em uma ação civil pública movida pelo MPF. Em novembro de 2021,
a Justiça Federal condenou a União e o Iphan a apresentar um projeto de
conservação, restauração e uso do Forte, bem como a executar as obras
necessárias. A decisão, que concedeu tutela antecipada para determinar a
reparação e conservação contínua, estabeleceu a União como responsável pela
execução das obras e o Iphan pela supervisão técnica.
Maior
edificação militar portuguesa fora da Europa – O Real Forte Príncipe da Beira foi
construído entre 1776 e 1783, na margem direita do rio Guaporé, no município de
Costa Marques (RO), como peça estratégica de defesa da Coroa Portuguesa na
região amazônica e fronteiriça com a Bolívia. Considerada a maior edificação
militar portuguesa construída fora da Europa, o forte tem estrutura abaluartada
com quatro baluartes e muralhas de cerca de 7 metros de altura. Tombado pelo
Iphan desde 1950 como Patrimônio Cultural Brasileiro, atualmente, está sob a
guarda do Exército (1º Pelotão Especial de Fronteira), que auxilia em sua
conservação.
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