Segunda-feira, 22 de julho de 2024 - 18h29
O
Ministério Público Federal (MPF) busca solução pacífica, participativa e
consensual para a situação entre indígenas Cinta Larga e Nambikwara Sabanê. Na
última sexta-feira (19), um grupo de cerca de cem indígenas Cinta Larga se
descolou em direção à aldeia dos indígenas Sabanê com a finalidade de expulsá-los
do local e foram parados pelas forças de segurança na BR-174, nas proximidades
do Parque Indígena Aripuanã, a 30 quilômetros do município de Vilhena (RO).
Após negociações, houve a desmobilização e dispersão dos indígenas.
Segundo o
MPF, a causa do iminente conflito foi a divulgação, pela imprensa local, de
notícia informando que uma sentença da Justiça Federal, de 3 de julho,
reconhecia o direito do povo Sabanê a uma área que está localizada dentro do
Parque Indígena Aripuanã, terra demarcada do povo Cinta Larga. O procurador da
República Leonardo Caberlon explica que a informação sobre o reconhecimento do
povo Sabanê não procede.
Ele
relata que o povo Sabanê, há quase 20 anos, pede à Fundação Nacional dos Povos
Indígenas (Funai) a realização de estudos sobre sua tradicionalidade em uma
área do Parque Indígena Aripuanã, mas não obteve resposta. A omissão da Funai
em realizar os estudos causou o ajuizamento de uma ação pelo MPF (ação civil
pública nº 1002052-25.2022.4.01.4103). Nela, o MPF pediu que fossem realizados
estudos técnicos pela Funai a fim de identificar e delimitar as áreas ocupadas
tradicionalmente pelo povo Sabanê e também definir se esses indígenas têm
direito a habitar de forma definitiva o Parque Indígena Aripuanã, onde estão
nesse momento, vivendo em quatro aldeias.
Na
decisão do dia 3 de julho, a Justiça Federal estabeleceu que a Funai deveria
constituir imediatamente um grupo de trabalho para que no prazo máximo de 365
dias apresentasse os estudos sobre a área. Contudo, o conteúdo da sentença foi
divulgado de forma equivocada, pois foi mencionado que a Justiça Federal já
tinha reconhecido o direito ao povo Sabanê, o que não procede.
Com o
iminente conflito, a Funai pediu tempo para realizar mediação entre as etnias.
Na última sexta-feira (19), em nova decisão, a Justiça Federal determinou a
suspensão do processo por 90 dias a fim de que o Ministério dos Povos Indígenas
(MPI) faça a conciliação entre os povos Cinta Larga e Sabanê, buscando obter
uma solução consensual sobre a disputa pelo território.
Na última
semana, o MPF acompanhou toda essa situação, participou de reuniões com os dois
povos e com a Funai. Ele ainda esteve presente na região no último final de
semana, nos dias 20 e 21. Também manteve prévio contato com a Polícia Federal,
instituição que elaborou plano de ação que evitou o conflito. A ação contou com
a participação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal.
O
Ministério Público Federal ressalta que o uso da violência não é tolerado pelo
Direito. As violações aos direitos dos povos indígenas não são toleradas e
eventuais ilícitos praticados serão apurados. “A solução do conflito, antes de
tudo, deve ser pacífica, consensual e contar com a participação dos dois povos.
Os dois povos devem ser ouvidos e os seus argumentos considerados. O MPF
continuará acompanhando os trabalhos da Funai e do MPI na conciliação a ser
realizada nos próximos 90 dias, a fim de que cumpram as suas funções e
mantenham diálogo próximo e atento aos dois povos indígenas”, finalizou o
procurador.
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