Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010 - 14h19
Há quatro meses, o conselheiro tutelar Marcos Roberto Ferreira da Silva, de Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), anda preocupado. Quatro adolescentes do município desapareceram sem deixar rastros. Entre elas, duas irmãs. Nenhum telefonema pedindo dinheiro, nenhum recado de amigas. Nada. Na semana passada, porém, uma pista. “Um amigo veio me dizer que lá em Jaci Paraná a prostituição está grande. Diz que tem muita gente daqui indo pra lá. Pode ser que elas também estejam lá”, diz o conselheiro.
As suspeitas de Marcos têm fundamento. Investigações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Civil de Rondônia apontam que o Amazonas está na rota do tráfico de mulheres e menores de idade que abastecem os prostíbulos de Jaci Paraná, distrito de Porto Velho (RO).
De acordo com o serviço de inteligência da PRF, além do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Paraná e Goiás fornecem mão-de-obra sexual para os operários das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.
“Essas meninas chegam iludidas. Ouvem dizer que o dinheiro é fácil e que tudo vai ser uma maravilha. Quando chegam lá, a realidade é outra. O pessoal acha que isso aqui é um eldorado, mas está longe de ser isso”, diz Ângela Fortes, conselheira tutelar de Porto Velho.
Rota
A rota que leva meninas do Amazonas para serem prostituídas em Rondônia já é investigada há pelo menos três meses, depois que uma denúncia anônima revelou indícios do esquema. “A denúncia diz que elas viriam em um caminhão que leva verduras de Rondônia pra Lábrea e Humaitá, que são municípios próximos. Na volta, ele traz as meninas para serem prostituídas em Jaci Paraná e Porto Velho”, diz o superintendente regional da PRF em Rondônia, André Tadeu dos Santos.
Ele afirma que o serviço de inteligência da PRF já identificou alguns caminhões suspeitos, mas que, até agora, ainda não conseguiu “dar o bote”. “Estamos fazendo um trabalho de investigação combinado com outros órgãos. Inclusive, trocamos nossos homens, porque toda vez que a gente chegava na área, já sabiam que a PRF estava por lá”, diz Tadeu.
A Polícia Civil de Rondônia também investiga a denúncia, mas, assim como a PRF, patina. “A gente sabe que existe uma rota de meninas do Amazonas, do Acre e de outros Estados, mas ainda não conseguimos identificar os aliciadores. É nisso que estamos trabalhando”, afirma a delegada Rosilei Lima, da delegacia de proteção à Criança e o Adolescente de Rondônia.
Arredias
Pelas ruelas poeirentas de Jaci Paraná, as “meninas de programa” desfilam desinibidas. De dia, é possível vê-las em roupas que mal cobrem o corpo ainda em formação. Mas se aproximar delas é algo difícil, pelo menos para quem não é cliente.
“A coisa mais difícil é chegar numa menina dessas e descobrir de onde ela é. São arredias. Quando é de Jaci, fica fácil porque os moradores antigos se conhecem, mas se são de fora, é impossível”, diz Ângela Fortes.
O chefe do comissariado do juizado da Infância e Juventude de Rondônia, Raiclin Lima da Silva, diz que as próprias meninas dificultam o trabalho de investigação da Polícia. “Nós aumentamos a repressão na área e impedimos que elas se hospedassem nos bordéis. Os empresários, agora, estão pagando hotéis e o aluguel de casas para elas. Para se preservarem e garantir a proteção dos cafetões, elas são as primeiras a dizer que estão pagando o aluguel. Assim, não conseguimos avançar”, afirma Raiclin, desanimado.
Fonte: Amazonia.org com informações de "A Crítica"
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