Domingo, 16 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Uma síndrome chamada desgoverno peemedebista


Uma síndrome chamada desgoverno peemedebista - Gente de OpiniãoABDORAL CARDOSO

Parece reinvenção da “máquina do tempo”. Mas não é. A recorrência na ruptura do discurso dos governantes peemedebistas em Rondônia é fato concreto. Basta atentar para a cronologia dos registros:

O ex-governador Ângelo Angelim, guindado ao cargo numa aliança PFL e PMDB para suceder o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, no renascer da Nova República, terminou o mandato sob acusações de desmandos administrativos praticados pelo cunhado Francisco Ansiliero.

A correlação do prenome com o do atual cunhado do governador é mera coincidência.

Na esteira sucessória do Palácio Getúlio Vargas, Jerônimo Garcia de Santana (PMDB), primeiro governador eleito pelo voto direto, com larga experiência parlamentar na Câmara Federal e prefeito de Porto Velho assumiria o Palácio Getúlio Vargas, e também terminou o mandato com atraso da folha de pagamento dos servidores estaduais.

Se não fosse suficiente, o caso do governo aconteceu em meio a denúncias de corrupção das mais graves no setor de orçamento e finanças, onde o ex-secretário da Fazenda, Clóter Mota passou a um dos capítulos tristes da história política rondoniense como o protagonista da cena que transformou uma mesa de despacho da governadoria em esconderijo para se proteger das pedradas dos manifestantes que reivindicavam pagamento de salários.

O atual senador e presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp de Matos, egresso do próspero município de Rolim de Moura, mal assumiu a governança - já que Confúcio Moura garante que governador “pensa” que governa – e na época provocou, com uma simples declaração à mídia sobre a situação pré-falimentar do Banco do Estado de Rondônia (Beron), uma verdadeira corrida dos correntistas aos caixas para sacarem seus saldos.

A ruptura do discurso de campanha já se mostrava distante e surreal, apesar dos esforços de alguns setores. A síndrome do descontrole administrativo dos mandatos peemedebistas feriria de morte o centro nevrálgico do governo e os barnabés assistiriam à reprise do filme com até três meses de salários atrasados, intervenção do Banco Central no Beron e prisão de alguns assessores diretos acusados de corrupção.

Passado quase um ano do mandato do governador Confúcio Moura, com larga experiência parlamentar em Brasília e em administração municipal, o “ocupante” do Palácio Getúlio Vargas admite, finalmente, a perda do controle do seu (dele) governo e confessa que pensa que manda.

Ora, quem levou um ano para descobrir que não consegue governar - com seu jeito desinteressado e de sorriso maroto, imagem essa que passa à população – é o mesmo que assinar um cheque em branco com a assinatura desnecessária do pacto que selou o grande arco de aliança partidária, em Ji-Paraná, para confirmação da vitória no 2º turno das eleições.

Desnecessária, sim, pelo fato de todas as projeções indicarem à época a reedição da vitória do 1º turno. Não tivesse assinado o pacto, com certeza o governo teria uma “alça de guia”.

Fonte: Abdoral Cardoso

Gente de OpiniãoDomingo, 16 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

17 de novembro: 75 anos de brasilidade deste jurista, homenagens a Vasco Vasconcelos e Luiz Gama, ícones da luta contra a escravidão e maior respeito à dignidade humana

17 de novembro: 75 anos de brasilidade deste jurista, homenagens a Vasco Vasconcelos e Luiz Gama, ícones da luta contra a escravidão e maior respeito à dignidade humana

No dia 17 de novembro celebram-se 75 anos de brasilidade, deste jurista,  data que também convida à reflexão sobre a trajetória de grandes juristas ba

Extrema-direita, minha paixão!

Extrema-direita, minha paixão!

         No próximo ano haverá eleições. E eu quero me candidatar a um cargo político. Não interessa qual. Vou procurar um partido qualquer para que

Prisão preventiva: o erro judiciário que custou a vida de uma jovem

Prisão preventiva: o erro judiciário que custou a vida de uma jovem

Recentemente, foi noticiada a morte de Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, por câncer de colo do útero, dois meses após ter sido absolvida d

O Brasil que se acostumou a esperar pela catástrofe

O Brasil que se acostumou a esperar pela catástrofe

A catástrofe da violência no Rio de Janeiro produziu efeito no Congresso Nacional, como costumeiramente acontece, após a megaoperação policial que d

Gente de Opinião Domingo, 16 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)