Quarta-feira, 2 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Tijolaço: paraíso é o da Tuiuti, o inferno é o da direita


Gente de Opinião

Por Fernando Brito, do Tijolaço - O velho Briza, na sua sabedoria atávica, falava de algo que os bobalhões da teoria não conseguem entender.

O processo social.

Hoje, almoçando tardiamente num “a quilo”- num bairro de classe média reacionária – a tevê transmitia o julgamento dos desfiles de carnaval e dois sujeitos torciam, um pela Beija-Flor  outro pelo Salgueiro e ambos concordavam que a Paraíso do Tuiuti deveria ser a campeã do Carnaval.

Todos eles sabiam que não seria ela a vitoriosa e se surpreenderam de ter perdido por apenas um décimo.

Mesmo torcendo por suas escolas “grandes”, reconheciam que  a escola do “não sou escravo de nenhum senhor” era a vitoriosa real.

Nem falo de “armação”, pois o julgamento de uma escola por “quesitos” é como avaliar a beleza de um corpo esquartejado.

O fato é que o enredo, o samba e o desfile tiveram um sentido atávico também.

Nada do que é dito ali, de forma racional, teria mobilizado multidões.

A arte mexe com isso, com o que está aquém e, sobretudo, além da racionalidade.

Os marqueteiros, que a tudo tratam como “case”, deveriam por tento nisso.

Há uma torrente de insatisfação que não é superficial quanto o que imaginam ser  a força do “novo” encarnado pelas velhas práticas, como este blog mostrou durante o Carnaval.

Vai passar, como dizia o Chico, nessa avenida um samba popular e, como aconteceu agora, cada paralelepípedo dessa cidade vai se arrepiar.

Um sentimento que, talvez, fique como “vice-campeão”. Pode ser. A Beija-Flor mais se adequou aos tempos do “politicamente correto”.

Mas, como reconheceram os dois torcedores do “comedouro”, o sangue fluía era na Tuiuti.

Os intelectuais farão pouco disso.

O povo, para eles,  é um alienado, como  alienados eram meus interlocutores casuais, talvez prontos a repetir o discurso de “corrupção” como o grande mal.

Mas, dentro deles, algo se despertara.

Bem mais fundo, profundo, fecundo.

A história, esta senhora – caprichosa por óbvio – escreveu algo em seu livro aberto. Mas que, como nos versos de John Donne, a entendidos é dado-lê-lo.

Ou “não sou escravo de nenhum senhor” não é o mesmo que traduzia o “não mais será escravo de ninguém”?

Às vezes é preciso ser meio doido para ser lúcido.

O povo não precisa ir a comício para fazer o seu comício.

Amanhã a gente volta à política, onde estamos cheios de velhas novidades…

Inscreva-se na TV 247 e entenda o golpe, explicado pela Tuiuti:

Gente de Opinião

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 2 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Quarta-feira (25), o Congresso impôs mais uma derrota ao governo do presidente Lula derrubando o Decreto que aumentava o IOF. O governo perdeu mais

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

O esquema que desviou bilhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi apenas mais um

O Congresso é culpa do eleitor

O Congresso é culpa do eleitor

          O Congresso Nacional do Brasil é, óbvio, o Poder Legislativo e é composto por 513 deputados federais e pelos 81 senadores da República. Es

O Eros e a Busca da Integridade: Entre o Mito e o Sagrado

O Eros e a Busca da Integridade: Entre o Mito e o Sagrado

Em Diálogo com Platão, Jung e a Trindade num Contexto do Sexo como Ritual sagrado A humanidade é um rio que corre entre duas margens: a espiritualid

Gente de Opinião Quarta-feira, 2 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)