Domingo, 15 de novembro de 2015 - 18h56
Malu Calixto
Conversando sobre os desdobramentos das tragedias dos últimos dias ouvi a seguinte frase: "...mas em Mariana foram menos de 10 mortes. Em Paris foram mais de 150, em Beirute uns 50, no Quênia forma mais uns 150."
E isso me fez pensar sobre como as notícias chegam até nós e como, as vezes, refletimos com visões estreitas demais sobre temas e acontecimentos que gritam, sufocando, por debates mais amplos e profundos.
Todos já sabemos, nem preciso dizer, que a morte é a única real certeza que temos. No minuto em que somos concebidos tem início uma jornada da qual não temos nenhuma garantia se sequer nasceremos, muito menos se acumularemos mais alegrias ou tristezas ao longo do tempo que nos for permitido estar por aqui.
A morte é triste, é dolorosa, é injusta. Quantas vidas, ainda tão cheias de energia e possibilidades, fora tiradas nesses acontecimentos? Acredito que só por meio da fé em algo/alguém seja possível aplacar a dor dos que ficam.
E é quando olho para os que ficaram que meu coração se recusa a acreditar no argumento exposto no primeiro parágrafo. Me recuso a acreditar que a importância de um acontecimento ruim possa ser limitada ao número de mortes ou fisicamente feridos.
Em um primeiro momento, nossa atenção se concentra no mais óbvio: a perda material ( dos corpos dos que morreram, dos bens dos que ficaram). De jeito algum julgar errado esse comportamento. Olhamos para o que é urgente: água, comida, cuidados médicos. Na escala de importância, ganha aquilo que podemos contar.
Mas meu coração ainda insiste em sentir e se perguntar: qual a dimensão das rachaduras deixadas nas mentes e corações, não apenas dos sobreviventes, mas também dos que direta e indiretamente, conviverão com a herança emocional desses acontecimentos? Seja em Mariana, Paris ou Beirute, hoje, o grande vencedor foi o medo. Esse primitivo e perturbador sentimento humano.
Os mortos serão chorados e enterrados. Os ferimentos da carne, tratados. Os destroços retirados e até reconstruídos. E os corações? E as lembranças e traumas? Quantas vezes mais serão revividos por quem esteve lá, ou reproduzidos na mente de quem pôde sentir o sofrimento do outro?
É preciso orar e cuidar também dessas feridas individuais e coletivas. Impedir que mais medo cresça enquando se espera dentro do ônibus ou metrô no trajeto para o trabalho ou escola. Na cama, enquanto o sono não chega. No sofá, anestesiado em frente a TV no descanso de domingo.
É nesses singelos momentos que ele cresce. E vira ansiedade, que vira depressão, que vira pânico. E vira incompreensão, que vira raiva, que vira ódio, que vira reação. Crescem os desequilíbrios mais variados, que geram mais acontecimentos tristes, que alimentam mais medo.
Olhemos com amor e franqueza para o medo e seus monstros. Sejamos amorosos para alimentar a coragem e a compreensão. Só o amor mais puro e acolhedor pode aplacar seu avanço silencioso e perigoso.
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