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Projeto Leitura de Ônibus opina sobre sobre matéria da revista Época



O  projeto Leitura no Ônibus, assinada pelo escritor Luiz Carlos Albuquerque, sobre a matéria publicada na revista Época, sobre Porto Velho. O projeto leitura no Ônibus visa incentivar a leitura distribui, gratuitamente, com apoio de parceiros, 15 mil exemplares por quinzena, em lojas, empresas, órgãos públicos e, principalmente, nos pontos de ônibus, sempre em defesa dos valores locais. 

 

Sra. Andrea Rocha Izac:

Valor de aluguéis: Em qualquer lugar onde se constroem grandes obras, os preços (principalmente dos imóveis - venda ou aluguel) se valorizam, e não é pouco! Eu estou falando em grande obra. Até em locais onde não existem obras sendo construídas mas que, por causa da sazonalidade o fluxo populacional aumenta (como as praias nordestinas ou sulistas no verão), os custos, sejam de aluguéis, de alimentação e serviços, aumentam. E muito! Se a senhora – e seu marido – não conhecem isso, certamente estão alienados da realidade. Aqui, como em qualquer lugar do Brasil, o mercado é livre e flutua conforme a oportunidade e a ocasião. Quanto à sua frase, que “aqui se enxerga quem chega como se fosse uma notinha de dólar”, nem merece comentário. Quanta deselegância!

Verdades e mentiras: A senhora declara que seu marido não contava a verdade, talvez com medo de que não viesse. Senhora, isso é um problema íntimo do seu lar e que ninguém, fora dele, deveria tomar conhecimento!. Mas vou dar uma sugestão ao casal: É muito feio mentir. Mentir para a mulher – ou esposo – é pior ainda, já que o casamento é um relacionamento de respeito e confiança. Sugiro que procurem um especialista – psicólogo, conselheiro familiar, padre ou pastor – e resolvam o problema. Colocado da forma com a senhora colocou, o assunto fica parecido a golpe: O marido diz que é um paraíso e, depois que chega aqui, a mulher está presa, não pode mais fugir. Desculpe, mas chega a ser infantil! Que falta de respeito ao cônjuge!

Saúde: O seu filho caçula pegou dengue, o que muito me entristece. É triste ver um país como o nosso sofrer epidemias e endemias sem fim! Temos dengue aqui? Sim! Mas muito menos que em outras capitais, como, como Salvador atualmente, por exemplo. Nosso maior problema desse tipo de doença viral ainda é a malária que, se houvesse real interesse de autoridades – brasileiras e internacionais – já estaria erradicada ou, pelo menos, uma vacina eficiente. Quanto à sua filha de 15 anos que, mesmo com plano de saúde não conseguiu ser atendida por um psicólogo, vou dar uma sugestão: Mudem de plano de saúde! Mas mesmo que a senhora ou alguém de sua família venham a precisar de um atendimento público de saúde, posso afirmar que nosso sistema público de saúde, ainda que deficiente, é melhor do que em muitas outras capitais, e aí incluo, por exemplo, o Rio de Janeiro, cidade que gosto e respeito mas que, pelo menos como nos mostra a grande imprensa como as TV’s, jornais e revistas, neste item é muito deficiente. Aqui você chega ao posto de saúde, recebe o primeiro atendimento e é encaminhado. Não existe urgência sem atendimento. No pronto-socorro, se precisa ser internado ou observado, pode até não ter uma acomodação ideal. Mas, certamente, não é pior do que o Pronto-Socorro do Hospital de Base de Brasília. Já acompanhei uma pessoa ali numa situação de urgência e sei do que falo. Mas acho estranho, já que a necessidade dela era quanto a adaptação na escola. Ora, se na maioria das escolas públicas de Porto Velho tem psicólogo no quadro funcional – além dos demais profissionais da área pedagógica – como a escola de sua filha não tem? Deve ser particular! Então, com urgência, mude sua filha de escola. Existem muitas escolas boas, inclusive públicas.

Escola: Moro aqui à 30 anos e criei 3 filhos, dos quais somente o primogênito nasceu em outra cidade, mas aqui chegou ainda aos 4 anos de idade. Hoje tenho a felicidade de ter 4 netinhos. Todos estudaram – ou estudam – aqui, seja em escolas públicas ou privadas. E a senhora declara que a mensalidade escolar aqui é cara? Desculpe, de novo. Mas a senhora está alienada da realidade. Entre muitas coisas, uma das quais aqui é muito mais barata em relação às demais capitais do Brasil é, justamente, a educação. Chegue em Belo Horizonte e procure quanto custa manter um filho numa escola particular. Senhora, acorde!

Custo de vida: Estamos muito longe de ter um custo de vida – inclusive de aluguel – maior que São Paulo.

Por que não vai? Para finalizar, a senhora declara, textualmente, que “conta os dias para ir embora!” Por que não vai? Quem, daqui, está lhe prendendo? Quem lhe chamou para cá? Que falta a senhora faz a Porto Velho? Vá! Tchau! Se manda! .

Sra. Eliane Brum: A senhora é jornalista? Onde se formou? Como foi contratada por essa revista? Achava que, aqui chegando, iria tropeçar com índios? Quem sabe também acreditasse que cruzaria com feras nas avenidas. Quanta inocência! Senhora, não sou jornalista, mas creio que, em tão nobre profissão, uma pauta deste porte deve ser precedida de um estudo sobre a região onde se vai trabalhar. Você queria ver índio? Aqui tem. Como existem esses irmãos em todos os estados do Brasil, como em São Paulo e Rio de Janeiro. Nossas “esburacadas” ruas são resultados de incompetências administrativas? Sim! Mas também são resultados de um inverno de seis meses de fortes chuvas diárias, o maior volume de chuva dos últimos anos. Chuvas tão grande como as que, infelizmente, causam inundações, queda de barreiras e grandes valas nos estados do sul e sudeste. A atmosfera, ao contrário do que a senhora cita, não é pesada. Ao contrário de muitas capitais, onde a poluição não deixa respirar ou onde a umidade, extremamente baixa, suspende até as aulas nas escolas, aqui é muito bom! O calor, senhora, é típico da região, quente e úmido. Desconhecer este fato é um atestado de desconhecimento do Brasil, o que é inconcebível num jornalista. Quer conhecer locais mais quentes? Peça ao seu diretor para dar-lhe uma pauta para fazer em Teresina, Cuiabá ou Manaus (se houver dúvidas, esclareço: Teresina é capital do Piauí, Cuiabá é de Mato Grosso e Manaus, do Amazonas). Para encerrar, uma citação de sua autoria, totalmente desrespeitosa, infeliz e, certamente, vinda de alguém sem nenhuma qualificação para exercer a digna profissão de jornalista: “(Porto Velho) Não parece um lugar para pessoas. Ou pelo menos para exercer a cidadania”

 

Revista:

Como contrata alguém deste nível?

Editor:

Como manda, alguém assim, fazer uma matéria deste porte?

Fonte: Luiz Carlos Albuquerque

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