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Predominância relativista


Predominância relativista - Gente de Opinião

Felipe Augusto Ferreira Feijão
Estudante


Há na sociedade atual o prevalecimento conceitual que equipara ponderações e iguala objeções, colocando no mesmo nível afirmações convictas e não estabelecendo parâmetros de verdade como instância última e fundamental.

Essa predominância do valor atribuído às verdades tidas como verdades, ou aos conceitos, quando se torna mentor da relativização, não mais institui valor absoluto nem verdade, mas numa palavra mais simples, passa a fazer relação com outras vertentes, não descartando a possibilidade favorável de cada uma como vínculo articulador da construção do debate.

Na Filosofia o relativismo ocupa importante espaço no que se refere à apresentação de propostas filosóficas que defendem ou que condenam tal significação. Entretanto, a Filosofia não pode ser e não é relativista, porque se assim fosse não haveria a diversificação salutar em teses dos pensamentos sistêmicos e metodológicos. Ou seja, o relativismo numa perspectiva embasada em normatizações passa a ser um risco.

E aqui reside a questão cerne desta análise. Quando se leva em conta essa constatação do risco do relativismo, ligando o exposto com o contexto da atualidade, pode-se fazer uma reflexão profunda acerca de tudo isso. Felizmente as proposições relativistas tangenciam uma imensidão geral de dimensões da vida humana, o que faz com que o homem moderno possa uma vez consciente da concepção em questão, ser crítico e analítico.

Desse modo, antropologicamente falando, é relevante expressar que os âmbitos do homem enquanto agente cultural e social, inerem diretamente no meio em que está inserido, isto é, gerando assim modificações socioculturais ao longo dos anos e modelando o meio conforme sua própria modelação. E aqui entra a pergunta relativista de equiparação em tudo quanto o homem integrar: sociedade, política, religião, entretenimento, família, educação, trabalho, instituições etc. A amplitude dimensional é bastante vasta, por isso de forma mais generalizada se supõe outras vertentes. De fato, a estrutura que a sociedade hodierna tem adotado, é notoriamente relativista. E as ideologias e as culturas são reflexo vivo disso, porque a desenvoltura conjuntural sabe bem demonstrar os passos que o mundo de hoje tem dado em direção a um futuro incerto e duvidoso.

Diante disso, não se deve abrir mão de uma postura mantedora de vereditos, pois as verdades e os valores fazem parte da história vivenciada particularmente e comunitariamente. Obviamente não faz sentido idealizar e viabilizar debates que não acrescentarão significações construtivas na ajuda da busca de diferenciação precisa e de ponderação necessária. Em suma: banalizar e vulgarizar as crenças históricas enquanto enquadramentos de valores fundamentais é um risco para a atual geração e para as gerações futuras, posto que, a correlação integrada de equiparação não dialoga com todos os setores e pode como consequência básica descambar na perca de sentido das coisas.

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