Terça-feira, 9 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Opinião: Homenagens educativas


 
João Baptista Herkenhoff

Este artigo não propõe uma ideia nova, mas valoriza e amplia o que já se faz.

Quando se dá a uma escola ou a uma rua o nome de alguém pretende-se, não apenas prestar uma homenagem a essa pessoa, mas também indicar a vida dessa pessoa como exemplo que merece seguimento.

Alunos e professores conhecem a biografia do patrono das respectivas escolas?

Moradores de uma rua sabem quem foi aquela figura cujo nome está inscrito na placa indicativa?

Tanto na primeira, como na segunda hipótese, a resposta de estudantes e mestres da escola, bem como de moradores da respectiva rua, nem sempre é afirmativa.

Mas, a meu ver, o conhecimento da personalidade homenageada devia ser unânime.

Há uma outra situação que também ocorre: escolas ou ruas que ostentam nomes de pessoas que não são exemplo. Diante dessa situação, os jornais de vez em quando registram movimentos dos interessados diretos para mudar a designação de escolas, ruas, avenidas, praças ou pontes.

Essa reinvindicação é legítima?

Creio que sim.

Como é desagradável, por exemplo, que os moradores de uma determinada rua sejam obrigados a escrever, quando registram o respectivo endereço, o nome de alguém cuja vida e ações não merecem aplauso da maioria.

Creio que é um avanço da cidadania democratizar a escolha de nomes para as diversas homenagens, ouvindo a opinião dos envolvidos.

O silêncio ou quase silêncio, em torno das pessoas que têm valor, não é fato novo. No Brasil, em 1724, foi fundada a Academia Brasílica dos Esquecidos. Exaltando a importância de uma tal academia, escreveu Manoel Bandeira: “Revela desde o nome o propósito de lembrar a Portugal, em cujas academias não tivemos entrada, que havia no Brasil quem se interessasse pelas coisas do espírito"

Em recente artigo no caderno Pensar (de A Gazeta), José Augusto Carvalho trouxe à reflexão coletiva o nome de alguns esquecidos no Espírito Santo: “Grandes nomes de nossas letras permanecem na vala comum da literatura – como chamou Magalhães Júnior ao esquecimento dos pósteros: Elmo Elton, Madeira de Freitas, Ciro Vieira da Cunha, Olival Matos Pessanha, Benjamin Silva, Audifax de Amorim, Hilário Soneghet, Christiano Ferreira Fraga, Eugênio Sette, Newton Braga e outros.”

E conclui sua análise lançando um repto: “Fica o desafio para a edição ou reedição de novas obras de nossos autores mortos. O importante é ter disposição e amor às letras.”

Memória é cidadania. Um povo que não conhece o passado não saberá construir o futuro.

 

Gente de OpiniãoTerça-feira, 9 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maria Imaculada e a emergência de uma nova visão do real

Maria Imaculada e a emergência de uma nova visão do real

Teologia, Filosofia e Ciência em DiálogoA celebração da Imaculada Conceição, a 8 de dezembro, confronta o pensamento contemporâneo com uma questão

Quem estaria tentando melar a eventual candidatura de Hildon Chaves ao governo de Rondônia?

Quem estaria tentando melar a eventual candidatura de Hildon Chaves ao governo de Rondônia?

Em julho deste ano, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, anunciou o nome do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, como pré-candidato

Bolsonaro (ainda) não morreu!

Bolsonaro (ainda) não morreu!

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi julgado, condenado e atualmente está onde sempre deveria: na cadeia. O STF o condenou a 27 anos e três meses por

Por que os deputados devem rejeitar os PLS 2294 e 3000 de 2024: Exames descabidos e caça-níqueis à moda da OAB para médicos e dentistas

Por que os deputados devem rejeitar os PLS 2294 e 3000 de 2024: Exames descabidos e caça-níqueis à moda da OAB para médicos e dentistas

Há trinta e um anos, os mercenários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se encantaram com o lucro fácil ao usurpar atribuições do Estado, por meio

Gente de Opinião Terça-feira, 9 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)