Terça-feira, 2 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

OPINIÃO DO CIDADÃO: Cultura do erro sem punição


 
Numa empresa privada a busca visa sempre atingir a perfeição. E para auferir essa qualidade foram criados os tais ISOs. Nos órgãos públicos não existe essa busca de uma qualidade objetiva, que satisfaça plenamente ao público.

Existem, porém, características típicas. Nos órgãos públicos firmou-se a cultura do erro. Quando algum serviço sai errado, numa empresa privada a primeira medida seria buscar a solução, depois apurar a responsabilidade de quem errou. No serviço público, antes de resolver o problema, começa a procura por quem errou. Até existe uma máxima nos colóquios mais íntimos de tirar o “meu” da reta.

Na maioria das vezes, todos erraram, já que o trabalho, até atingir o fim da linha passa por muitos superiores hierárquicos que, muitas vezes não corrigem o erro por desconhecimento do que seria o correto. Analogicamente, seria como diz Içami Tiba, “só valoriza o sim quem conhece o não”. Se o erro for do funcionário, caberia ao superior corrigir, se este errou acompanhando o equívoco do servidor, não retira sua responsabilidade, já que é, presumidamente, sua a obrigação de acertar.

Independentemente de dolo ou culpa, grave ou leve, erro ocorrido já é fato consumado, daí que o mais importante seria a solução, depois, apura-se a responsabilidade. Eis a grande diferença. No privado, pune-se, independente de quem seja; já no serviço público, o erro é atribuído aos servidores e aos chefes subalternos – e submissos -, que interessados em manterem ou alcançarem o cargo, aceitam com naturalidade e acentua-se a cultura do vale-tudo.

O atestado comprobatório dessa desconfiança exacerbada são as chamadas relações de remessa. Uma Seção, para encaminhar documento de uma folha, utiliza-se de duas vias das famosas relações de remessa. Se a comprovação de recebimento fosse aposta numa via do próprio documento, economizaria uma cópia. Parece pouca coisa, mas não é quando se sabe que os servidores ultrapassam um milhão.

Quando um particular executa um serviço púbico torna-se necessário assinar algum termo, no qual lhe é delegada e assumida a fé pública. Para o servidor público, essa fé é presumida pela própria natureza de sua função. Pois é comum na Administração Pública a repetição de cópias de expediente dos próprios órgãos, quando bastaria afirmação de cada órgão assumindo por inteiro suas atribuições.

Essa desconfiança gera um excesso de autos de procedimentos administrativos em diversas seções sobre a mesma matéria. Caso se afirme que um determinado funcionário fez oito horas extras, até que algum indício aponte o contrário, isso presumidamente é verdadeiro. Não precisaria circular repetidamente a cópia da relação ou do cartão de ponto para comprovação.

Eficiência faz parte dos cinco princípios basilares da Administração Pública prescritos na Carta Magna e a objetividade seria uma variante deste Preceito Constitucional que, para o bem dos cofres públicos, precisaria entrar na pauta diária de todos os órgãos públicos do país.

Fonte: Pedro Cardoso da Costa

Gente de OpiniãoTerça-feira, 2 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Transporte Público Gratuito: 78 bilhões no colo do setor produtivo

Transporte Público Gratuito: 78 bilhões no colo do setor produtivo

O Governo não para de criar propostas mirabolantes para agradar o eleitorado com políticas assistencialista e prepara, mas uma festa. O “bolo”, poré

Vorcaro, o homem das mil conexões políticas!

Vorcaro, o homem das mil conexões políticas!

O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, detido pela Polícia Federal quando tentava fugir do Brasil para Dubai está livre, leve e solto. Teve

Canoa: banquete de hipocrisia

Canoa: banquete de hipocrisia

Uma canoa totalmente desgovernada boia, sem rumo e sem destino, por uma das inúmeras ruas alagadas daquela estranha e sinistra cidade. Nela estão em

“Sentindo-se traído”

“Sentindo-se traído”

A frase acima não é minha, mas do senador Jorge Kajuru, eleito pelo estado de Goiás. E foi dita da tribuna do Senado, não me recordo quando, referin

Gente de Opinião Terça-feira, 2 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)